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Litoral

Antonio Ricardo dos Santos faz balanço de atuação entre 2019 a 2024 na Semapa em Paranaguá

Ele explica importância da gestão descentralizada na atual Secretaria de Aquicultura, Pesca e Abastecimento

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Entre as atividades econômicas e que alavancam o desenvolvimento de Paranaguá, além da questão portuária e turística, os setores da agricultura e da pesca são pujantes no município e fonte de renda para milhares de moradores. A gestão realizada pela Prefeitura de Paranaguá nas duas áreas ocorre de forma descentralizada através da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semapa), que foi gerida por Antonio Ricardo dos Santos entre 10 de janeiro de 2019 a 5 de abril de 2024, pasta que recentemente se tornou a Secretaria Municipal de Aquicultura, Pesca e Abastecimento. Formado em Tecnólogo em Gestão Ambiental, Ricardo possui ampla carreira na gestão pública nas últimas décadas, já foi vice-prefeito, presidente da Câmara Municipal, cinco vezes secretário municipal, vereador e diretor da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), trazendo a sua experiência na pasta durante os últimos anos. 

“Cada momento da vida pública de cada um é diferente, uma coisa nova, e eu acabei passando pelas pastas de Meio Ambiente, Assistência Social, Ilha dos Valadares, Cagepar e por último Agricultura e Pesca, que desmembrou, e acabou ficando só Aquicultura e Pesca no último ano. Foram coisas fascinantes. Eu não tinha curso superior e acabei fazendo Tecnólogo em Gestão Ambiental porque passei pela Secretaria de Meio Ambiente, algo que me instigou a poder melhorar na minha vida e na minha capacitação”, ressalta Ricardo, destacando a importância de todos, terem o curso superior. 

O gestor ressaltou que o desafio de gerir a Semapa ocorreu após ter saído da Diretoria Comercial da Appa em 2018. “Em 9 de janeiro de 2019, o prefeito Marcelo Roque me chamou convidando para assumir esta pasta da Agricultura e Pesca. Eu sempre fui envolvido nessas questões, meu pai foi administrador regional por 16 anos  das colônias e da Serra da Prata, vivi uma boa parte da minha vida dentro das colônias, frequento bastante a Ilha do Mel e as colônias pesqueiras, enfim, tenho um bom relacionamento com as pessoas”, explica.

“Foi um desafio, porque, as pessoas às vezes não imaginam o tamanho da nossa cidade, pegando a divisa com Morretes na Floresta, a divisa do Rio das Pedras e Alexandra com Morretes, no Teixeira divide Paranaguá, Morretes e Antonina, no final do Ubá você faz divisa com Guaraqueçaba, no final da Ilha do Mel é divisa com Guaraqueçaba também e para cá com Pontal do Paraná, fazendo o contorno você encontra com as colônias no caminho contrário, entrando por Matinhos, no Cambará, fazendo divisa no Pereira com Pontal do Paraná, vindo até o CTG que é divisa com Pontal do Paraná também, então é algo muito grande. Cuidar de tudo isso não é fácil. O desmembramento basicamente se fez um pouco necessário, porque a estrutura muda totalmente, você pode cuidar um pouco melhor de forma mais tranquila das colônias e parte pesqueira, então encarei isso quatro anos praticamente, não foi fácil, foi um desafio bastante grande, mas graças a Deus podemos implementar e atender de acordo com o que a comunidade precisava”, explica Ricardo.

Segundo ele, os desafios na gestão da Semapa prosseguem, sendo que nos últimos anos muitas conquistas foram obtidas. “Como secretário de Agricultura e Pesca, quando ronca a trovoada, você fica em alerta, porque já dá problema nas comunidades com quedas de árvores, recentemente isso ocorreu na Ilha do Mel com uma devassa, também nas comunidades, com queda de luz, sendo necessário atuação com podas de árvores, trabalho das equipes, não é diferente na zona rural também com cachoeiras, cabeceiras, pontes, sendo que tudo traz bastante preocupação nessas questões”, explica, frisando que a realidade da pasta, apesar da ampla estrutura realizada nos últimos maquinários e em estrutura, prossegue sendo difícil devido à complexidade geográfica de Paranaguá.

Homenagem ao pai e relação familiar com as colônias

Ricardo destacou a entrega da reforma da sede administrativa da “Antonio Domingos dos Santos”, que antes era conhecida como “Serra da Prata”, uma homenagem ao seu pai, o “seu Antoninho”, em prédio que havia sido inaugurado em 200 pelo então prefeito Mário Roque. “Nossa família, quando meu avô veio de Santa Catarina, meu pai, que é de 1940, veio de barco de Itajaí – SC, pois ônibus era luxo, algo que demorava três dias, meu pai completou um ano dentro do barco, de lá eles vieram para a Floresta na divisa com Morretes e se distribuíram. Meu avô não se acostumou a ficar alí e foi para a Colônia Maria Luiza, onde minha irmã tem chácara até hoje, com isso meu avô foi capelão, fez o boi de Mamão, que trouxe e se apresentou em Curitiba no Tarumã e gravou disco com a Eli Camargo, fazendo a Igreja São Sebastião, sempre com envolvimento na colônia em doações com donativos de livros junto com famílias tradicionais”, salienta. 

“Meu pai nunca saiu de lá, veio para o Porto trabalhar como servidor por quase 40 anos, foi ser administrador regional e nunca deixou a colônia, sempre esteve presente”, explica Ricardo, destacando que quando foi vice-prefeito fez o Posto de Saúde na Colônia Maria Luíza, mas que nomeou o local em homenagem ao seu “Santinho” Escomação que era conhecido na comunidade, junto a diversas outras famílias das colônias. “Quando teve a mudança de Paranaguá para Pontal do Paraná e que foi dividido, a sede, que era na Colônia Pereira ficou para Pontal, então a sede ficou na chácara do meu por quase dois anos, o Roque então, em um terreno onde o meu pai achou e que fica hoje a administração, adquiriu este local, onde meu pai fez todo o trâmite para a sede, que hoje é um dos melhores lugares que a colônia tem para atender as pessoas”, salienta. “Na reforma, o prefeito Marcelo achou por bem homenagear o nome do meu pai, algo que fiquei feliz, porque é uma forma de agraciar e reconhecer tudo aquilo que ele fez, isso não tem preço que pague”, complementa.

Aquicultura e atividade econômica

“No contexto da pesca, o porto começou a abrir os olhos para participar desta discussão, porque antigamente você não tinha turismo nessas comunidades e hoje tem bastante, algo que está crescendo de forma avassaladora. As comunidades tradicionais ainda persistem nas comunidades pesqueiras, onde esta parceria entre prefeitura, Portos do Paraná e Governo do Estado é muito importante para poder alavancar a questão do dia-a-dia da pesca. Há algumas empresas também que estão tentando articular para trazer esses pescados direto para a mesa dos munícipes através de supermercados. Temos o Sistema de Inspeção Municipal (SIM) já atualizado, que estava parado também e vai ser dada sequência a isso no futuro. A tendência é fazer com que o produtor, de uma forma geral, seja ele pescador ou produtor, tenha condições de fazer com que as coisas aconteçam sem trazer prejuízos para eles”, afirma Ricardo.

Antonio dos Santos destacou também a questão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) nesse contexto. “Dentro do PNAE, que é do pequeno produtor, às vezes não compensa para ele ficar dois dias entregando, onde ele perde dois dias e no final ele perde o que ele vende. Então temos que achar mecanismos, algo que ajudei dentro da secretaria na entrega e outras coisas, para que se dê condições de colaborar com eles para poderem se manter, se não são programas que estão fadados. Não temos muitos produtores aqui, em outros lugares há associações, cooperativas grandes, funcionários para isso, então onde não se tem, como aqui em Paranaguá, precisamos dar suporte para as coisas acontecerem, pois este programa é muito importante e gera uma renda muito boa para eles”, acrescenta. 

Mensagem às comunidades e balanço final

“O que eu deixo para as comunidades pesqueiras é um alerta para que eles tenham bastante visão do que é melhor para eles. Às vezes as coisas acontecem e lá na frente acaba tendo problema, então tenham um pouco mais de cautela, digamos assim, melhor organização, projeto para que as coisas aconteçam. Por exemplo, eu saí de lá agora, deixamos praticamente cinco carrinhos nas comunidades que podiam, exceto Europinha e Eufrasina, onde há pedra e morro e a mobilidade não permite, então esses carrinhos estão nesses locais fazendo coleta de resíduos, foi muito legal isso com uma qualidade diferente ao nosso colaborador. Mais importante do que tudo é essa junção de município e Porto com as comunidades pesqueiras, só chegando a essa união é que as coisas vão de desenvolver a contento para todo mundo”, finaliza Antonio Ricardo dos Santos, destacando seus projetos para o futuro em prol de desenvolvimento de Paranaguá.

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