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Educação

Professora da área de Educação Especial e Inclusiva relata sua experiência

“A escola abre portas para que todos se desenvolvam”, destacou a professora Michele Brandão Villanueva

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Nesta sexta-feira, 28 de abril, é comemorado o Dia Mundial da Educação, data instituída durante o Fórum Mundial de Educação em Dakar, Senegal, no ano de 2000. O objetivo foi estabelecer o compromisso dos países de levar a educação básica e secundária a todas as crianças e jovens do mundo até o ano de 2030. Atualmente, a data também é celebrada em 24 de janeiro.

Essa é uma das áreas que mais transforma a vida de crianças e adolescentes, especialmente, quando consegue atingir a todos eles, sem diferença. A formação de professores especialistas em Educação Especial e Inclusiva é uma demanda das escolas a medida que os laudos aumentaram de forma significativa. Exemplo disso é o autismo. Estima-se que uma a cada 36 crianças recebam o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com dados de 2020, e a educação tem papel ainda mais transformador para esse público.

Michele Brandão Villanueva é professora da Rede Municipal de Educação de Paranaguá há 15 anos. Em 2015, se especializou em Educação Especial e Inclusiva e atua na Sala de Recursos Multifuncional da Escola Municipal Profa. Berta Rodrigues Elias, no bairro Emboguaçu. O espaço é dedicado a atender alunos com deficiências, transtornos e altas habilidades 

“Eu sou muito curiosa e como via que alguns alunos tinham dificuldades, comecei a procurar para tentar descobrir como trabalhar com aquela criança. Desde que comecei nessa área, vi que aumentou muito a demanda, especialmente das crianças com espectro autista”, contou Michele.

Segundo Michele, o relacionamento criado com a criança na educação especial é o mesmo. “Independente de ter laudo ou não, temos que criar o relacionamento com a criança e saber lidar com eles. Tenho na sala quatro crianças autistas e eles são completamente diferentes. Para mim não tem diferença, tem crianças que são inteligentíssimas, mas as vezes tem uma dificuldade de recorte, de sensibilidade, não gosta de abraçar, é saber lidar com cada uma. Ninguém é igual a ninguém. Cada um aprende no seu tempo, mas todos aprendem”, afirmou Michele.

A Educação Especial e Inclusiva se torna importante para auxiliar os estudantes a se desenvolverem e também é um suporte para que os familiares possam lidar com os transtornos e deficiências. “A gente cria um relacionamento com as famílias também, chego a atender mães que me procuram no celular à noite, não tem como não atender. A família, a escola, os professores e os alunos são uma parceria”, destacou Michele.

A professora ressalta que o acesso ao diagnóstico precoce faz a diferença no desenvolvimento da criança. “Só o fato da criança poder fazer uma avaliação no município, faz a diferença. Falamos para os pais aproveitarem esse acesso que temos em Paranaguá nas escolas municipais”, enfatizou.

“Ninguém é igual a ninguém. Cada um aprende no seu tempo, mas todos aprendem”, afirmou a professora Michele

Para Michele, as crianças que recebem laudo e permanecem no ensino regular fazem com que a educação inclusiva seja vivenciada na prática. “Isso faz com que as outras crianças tenham um olhar diferente e aprendam a viver com as diferenças. Auxilia muito a criança com dificuldades viver em harmonia. Saem daqui crianças mais desenvolvidas, é a escola que os prepara para o futuro. Antigamente, muitas dessas crianças nem iam para a escola”, acrescentou.

Emoção e gratidão

A maior gratificação para os professores da área é ver a evolução dos alunos. “Já recebi mensagem de aluno me agradecendo por hoje estar trabalhando, ser independente. Tenho ex-alunos que vem me visitar e é tão bom ver que eles cresceram e evoluíram, entraram no mercado de trabalho, eu fico muito feliz com isso”, comentou.

Michele lembrou, emocionada, do retorno que tem dos pais após verem que a educação está transformando a realidade do filho. “O mínimo que a criança evolui para a gente, já é muito gratificante. A família reconhece as mudanças. Tenho um aluno que ainda está em processo de avaliação e começou o atendimento comigo. Ele está no 4.º ano e falava pouco, não escrevia, não lia, muito quieto. Em dois meses ele estava lendo e escrevendo perfeitamente. Continua tímido, mas acompanha a turma normalmente. O pai mandou áudio dizendo que mudamos a vida deles. É um orgulho para a gente, assim vemos que a educação vale a pena”, destacou a professora.

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