O papel transformador da escola no contexto da violência doméstica

Há muito tempo já se sabe que a escola não é apenas um lugar para aprender as disciplinas básicas. É também um espaço de crescimento pessoal, de incentivo às potencialidades de cada indivíduo, de convivência, uma oportunidade para fazer amigos, entre outros. A escola, muitas vezes, é a extensão da casa das crianças e adolescentes.

É nesse contexto que o programa Educação pela Paz: Construindo Lares sem Violência se insere. O projeto de lei que institui o programa nas escolas em Paranaguá foi aprovado pela Câmara de Vereadores nesta semana, por iniciativa da vereadora Vandecy Dutra. A iniciativa já havia sido implantada em 2019 através de uma parceria entre o Poder Judiciário e a Secretaria Municipal de Educação.

A ideia é inserir o tema da violência doméstica nas escolas para que o debate seja ampliado e para que os casos de violência contra a mulher sejam prevenidos. Com isso, essa nova geração já aprende o que é certo e o que errado, os comportamentos que são aceitáveis e os que não são, diminuindo as diferenças de gênero e podendo construir uma nova realidade.

O patrono da educação brasileira, Paulo Freire, que completaria 100 anos neste mês, disse que “a escola não transforma a realidade, mas pode ajudar a formar os sujeitos capazes de fazer a transformação, da sociedade, do mundo, de si mesmos”. Com base nesse olhar especial sobre a formação das crianças, a frase também é válida no contexto atual. 

Ensinar às crianças que a violência de gênero é um problema latente nos lares e que causa sofrimento para as famílias é um começo para que se não normalize tais situações e que se promova a construção de uma sociedade mais igualitária. 

Desta forma, o projeto que procura inserir a cultura da paz nos lares em Paranaguá se torna extremamente importante, pelo seu impacto social. Muitas das transformações precisam começar na escola, pois é nela que está o futuro.