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Editorial

O colapso pandêmico chegou ao Hospital Regional do Litoral

Em respeito aos profissionais de saúde do HRL e de todo o litoral, bem como dos doentes, das vidas que se foram devido à pandemia e dos familiares que ficaram, é hora de refletirmos: estou fazendo o meu melhor para que a pandemia seja superada?

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O colapso pandêmico chegou ao Hospital Regional do Litoral

O que já era previsível há semanas, conforme número de óbitos e novos casos de Coronavírus confirmados no litoral paranaense, aconteceu na tarde de quinta-feira, 11: o Hospital Regional do Litoral (HRL) chegou a 100% de ocupação total, não somente na Ala Covid-19, mas também no Pronto-Atendimento e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes graves com outras enfermidades, vítimas de acidentes ou outras ocorrências clínicas. O que era antes um alerta, o colapso da saúde pública litorânea, se torna algo palpável, visível e que gera risco às vidas de todos os moradores em Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná. 

Um desabafo desesperador do diretor-geral do HRL, Giovani de Souza, circulou nas redes sociais, onde ele trouxe dados alarmantes da ocupação de 100% da unidade hospitalar. Estamos em risco pleno de pessoas morrerem aguardando atendimento, sem chance de tratar do Coronavírus, bem como outras doenças graves e até mesmo acidentes. Haverá agora possíveis transferências de pacientes para outras regiões do Paraná, tanto as que estão em tratamento de Covid-19, como vítimas de acidentes de trânsito, por exemplo, mas para isso é necessário haver vagas em outros locais, o que é extremamente difícil, visto a ausência de leitos no Paraná e em outros Estados do Brasil.

Não tanto quanto os profissionais de saúde, mas a imprensa está cansada de divulgar os dados alarmantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) sobre a pandemia. Dezenas de mortes no litoral nas duas últimas semanas parecem não mais comover várias pessoas que, mesmo diante de um cenário de filme de terror, preferem ignorar as medidas preventivas, não utilizar a máscara, não respeitar o distanciamento social e não respeitar o próximo. Mas o momento não é de apontar o dedo, é de pedir solidariedade em um momento de crise sanitária e humana. 

No título da matéria publicada na sexta-feira, 12, sobre a situação do HRL, colocamos no título a frase em caixa alta “NÃO HÁ VAGAS”. Ou seja, não há leitos mais a serem ocupados para tratamento no HRL se você, eu ou qualquer familiar, amigo ou vizinho, se contaminar com a Covid-19. Teremos que aguardar na fila, seja onde for, em uma unidade de saúde, no corredor ou em casa, caso haja gravidade da doença. O diretor-geral do HRL afirmou, em pleno momento crítico, que a hora não é de achar nada, nem culpados, a hora é de se cuidar. Em respeito a ele, aos profissionais de saúde do HRL e de todo o litoral, bem como dos doentes, das vidas que se foram devido à pandemia e dos familiares que ficaram, é hora de refletirmos: estou fazendo o meu melhor para que a pandemia seja superada? 

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