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Editorial

Chegamos a mais de mil mortes devido à Covid-19 no litoral: são pessoas que se foram e não números

Não tratamos a pandemia só com base em dados e frieza em nossas matérias, somos parte desta crise sanitária, também fomos e estamos sendo afetados por ela diretamente. Uma prova disso foi a partida triste da nossa colega de redação, a revisora Edileusa Souza, vítima da Covid-19, com morte que ocorreu no dia 6 de junho, há pouco mais de um mês. A cadeira da “Edi” continua vazia na redação, demonstrando que o Coronavírus trouxe um ferimento na Folha do Litoral News, no litoral paranaense e na humanidade que jamais se cicatrizará

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Em março de 2020, quando o pesadelo da pandemia da Covid-19 chegou ao litoral do Paraná, não sabíamos o que esperar. Muitos inventaram desculpas internas ou externas, dizendo que a doença “nem era tão grave assim” ou que estava sendo feito um alarde desnecessário pela imprensa, bem como pelo Poder Público, por meio dos órgãos de saúde. A seriedade com que se foi tratada a doença inicialmente reforçava que teríamos um desafio pesado, que ainda estamos enfrentando cerca de 16 meses depois, com mais de mil vidas perdidas nesta batalha triste e famílias que estão vendo seus membros sumirem para nunca mais voltar.

Com mais três vidas perdidas para a Covid-19 no litoral nesta quinta-feira, 8, algo informado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), chegamos ao total de 1.002 óbitos devido ao novo Coronavírus na região. Com o litoral possuindo cerca de 299 mil habitantes, isso significa dizer que a cada 299 pessoas que moravam na região, uma delas perdeu sua vida para a pandemia. A Estradinha possui capacidade estimada para 4 mil pessoas, portanto, é como se o 25% de um estádio lotado de torcedores do Rio Branco Sport Club sumisse para nunca mais voltar.

Como a pandemia se alastrou no litoral de forma contínua e grave, a quantidade alta de infectados e mortos faz com que os boletins das autoridades sanitárias e, consequentemente, muitas das matérias jornalísticas tenham que falar de estatísticas. Entretanto, durante todo este período, nunca lidamos com a tristeza de forma fria. Apesar de haver a necessidade de sermos imparciais na atividade jornalística, não há em nenhum manual de redação a previsão de que jornalista deve excluir a sua natureza humana e não se comover diante de uma catástrofe sanitária como o Coronavírus.

Importante destacar que não tratamos a pandemia só com base em dados e frieza em nossas matérias, somos parte desta crise sanitária, também fomos e estamos sendo afetados por ela diretamente. Uma prova disso foi a partida triste da nossa colega de redação, a revisora Edileusa Souza, vítima da Covid-19, com morte que ocorreu no dia 6 de junho, há pouco mais de um mês. A cadeira da “Edi” continua vazia na redação, demonstrando que o Coronavírus trouxe um ferimento na Folha do Litoral News, no litoral paranaense e na humanidade que jamais se cicatrizará. Perdemos familiares, amigos, colegas e conhecidos para a Covid-19, assim como toda a população litorânea. Diante disso, o nosso respeito e luto por todas as vítimas da pandemia no litoral do Paraná.

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