Coronavírus

Vacina brasileira ButanVac apresenta alta produção de anticorpos contra a Covid-19 e variantes

Apontamento foi feito por estudo nos EUA

Na última semana, o Instituto Butantan anunciou um novo estudo sobre o imunizante ButanVac, vacina 100% nacional que será produzida pelo próprio Butantan e está atualmente em fase de testes clínicos no Brasil e em outros países. Segundo pesquisa científica da Icahn School of Medicine de Mount Sinai, de Nova York, nos Estados Unidos, a ButanVac demonstrou uma alta produção de anticorpos contra a SARS-CoV-2 e as variantes alfa, beta e delta da Covid-19. 

Segundo o Butantan, o estudo foi publicado em novembro na revista científica Frontiers in Immunology. “A ButanVac [NDV-HXP-S, nome internacional do imunizante] vem sendo chamada de vacina 2.0 contra a Covid-19, já que é desenvolvida a partir da inoculação de um vírus modificado que contém a proteína S do SARS-CoV-2 em ovos embrionados de galinhas – mesma tecnologia da vacina contra a influenza (gripe)”, explica a assessoria.

O estudo foi feito por meio de análise estendida de segurança e imunogenicidade da vacina administrada em duas doses, com 15 dias de intervalo entre elas, por via intranasal, intramuscular ou pelas duas vias (intranasal e intramuscular) em modelos animais. 

Anticorpos

Segundo o Instituto Butantan, uma grande quantidade de anticorpos foi induzida contra as variantes alfa, beta e delta.  “O estudo demonstrou ainda níveis robustos de anticorpos com atividade neutralizante contra o vírus da Covid-19 após a segunda dose. Além disso, não houve indicações de reações locais ou sistêmicas graves após a administração das duas doses do imunizante”, complementa. O estudo não analisou a variante ômicron, surgida posteriormente. 

“O estudo expande a segurança pré-clínica e a caracterização da imunogenicidade do NDV-HXP-S e reforça as descobertas anteriores em outros modelos animais sobre sua alta imunogenicidade”, afirmam os cientistas americanos responsáveis pela pesquisa. De acordo com o Butantan, os testes clínicos da nova vacina estão em andamento em diversos países, incluindo Tailândia, Vietnã, Brasil e México.

Técnica barata e eficaz

De acordo com a assessoria, a técnica para produção da ButanVac é barata e muito disseminada, principalmente em países emergentes. A forma de produção é classificada como uma especialidade do Butantan. “O instituto produz anualmente 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos”, explica. 

“A tecnologia da ButanVac utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do novo coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor é o da doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves, tecnologia desenvolvida por cientistas na Icahn School of Medicine de Mount Sinai.  A proteína S estabilizada do vírus SARS-CoV-2 utilizada na vacina com tecnologia HexaPro foi desenvolvida na Universidade do Texas em Austin”, informa o Butantan.

Importância de mais uma vacina contra a Covid-19

De acordo com a entidade científica, que é uma das mais importantes do Brasil e do mundo, mesmo existindo diferentes vacinas contra a Covid-19 que estão sendo utilizadas em território nacional e no mundo, “o número de doses disponíveis e as taxas de vacinação em países mais pobres, especialmente em grandes partes da África, Ásia e alguns países da América Latina, continuam baixas”, esclarece. “Além disso, populações específicas, como indivíduos imunocomprometidos ou transitoriamente imunossuprimidos, podem exigir doses adicionais de vacinas contra a Covid-19 para garantir respostas imunes robustas”, explica.

“Mesmo indivíduos saudáveis de alto risco, como profissionais de saúde e idosos, podem precisar de múltiplas doses de vacina ao longo do tempo. Todas estas questões colocam em xeque a necessidade de acesso a mais vacinas contra o coronavírus, preferencialmente as de baixo custo, como a produzida pelo vetor NDV (da Doença de NewCastle), ressaltam os pesquisadores”, pondera a assessoria.

Com informações do Instituto Butantan

Você também poderá gostar

Vacina brasileira ButanVac apresenta alta produção de anticorpos contra a Covid-19 e variantes

Fique bem informado!
Siga a Folha do Litoral News no Google Notícias.