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Coronavírus

Ocupação dos leitos de UTI para tratamento da Covid-19 está fora da zona de alerta em todo o Brasil

Paraná apresenta 40% de taxa de ocupação, afirma Fiocruz

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Foto: Rodrigo Félix Leal/AEN

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou no dia 25 de março o Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz que, pela primeira vez desde julho de 2020, aparece totalmente em verde, sinalizando ocupação inferior de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS) inferior a 60% em todos os estados do Brasil. O Paraná, segundo a Fiocruz, apresenta 40% de taxa de ocupação dos leitos, algo que indica o controle da pandemia no que tange ao número de casos e óbitos decorrentes da doença. 

“O mapa do Brasil aparece totalmente em verde. A cor da esperança sinaliza um cenário de otimismo – com taxas inferiores a 60%, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal estão fora da zona de alerta para esse indicador. O Boletim é referente às Semanas Epidemiológicas (SE) 10 e 11 de 2022, que abrange o período de 6 a 19 de março”, explica a Fiocruz.

Segundo a assessoria da Fundação, os pesquisadores da Fiocruz responsáveis pelo boletim alertam que ainda é necessário atenção com a prevenção e ações de vigilância. “É importante destacar que esta queda encontra-se acompanhada de taxas ainda significativas de [Síndrome Respiratória Aguda Grave] SRAG e incidência de mortalidade por Covid-19”, completa. Segundo os cientistas, a redução na ocupação de leitos se deve ao avanço na vacinação contra o Coronavírus no Brasil.  “Os dados atuais mostram 82% da população brasileira com a primeira dose, 74% com a vacinação completa e 34% vacinada com a dose de reforço”, acrescenta.

Vacinação

“As análises que envolvem dados sobre internações e óbitos por SRAG e Covid-19 destacam grupos extremos da pirâmide etária. Por um lado, afirmam os pesquisadores, há os idosos que têm a idade como um fator de risco, o que reforça a necessidade de busca ativa daqueles que ainda não tomaram a terceira dose, assim como a aplicação da quarta dose da população elegível. Na outra ponta, crianças de 5 a 11 anos, em razão da baixa adesão dos seus responsáveis à vacinação”, detalha o boletim. 

“É importante a vacinação contra a Covid-19 para crianças, assim como as demais vacinas do calendário infantil. A população em geral, também deve realizar o esquema completo de vacinação”, relatam os pesquisadores. Além da imunização, a redução de casos graves e mortes devido à doença no Brasil e no mundo não está relacionada a apenas uma medida única, mas sim em uma série de recomendações e ações realizadas. “Sob circunstâncias de intensa circulação de pessoas nas ruas, concomitante ao abandono do uso de máscaras, podem ser criadas situações que favoreçam uma maior circulação do vírus”, alertam.

“Consideramos prudente a manutenção do uso de máscaras para determinados ambientes fechados, com grandes concentrações de pessoas (a exemplo dos transportes coletivos) ou abertos em que haja aglomerações”, afirma o boletim da Fiocruz. 

Pacientes internados

De acordo com a Fiocruz, os pacientes internados atualmente nos leitos de UTI Covid-19 apresentam um padrão sintomatológico no momento da internação em torno da evolução para casos graves, algo que é semelhante ao longo de toda a pandemia. “Os sinais e sintomas mais prevalentes foram dispneia (71%), baixa saturação de oxigênio (abaixo de 95%) e desconforto respiratório (60%). Quanto às comorbidades, 70% dos pacientes possuem alguma condição crônica, sendo que as mais prevalentes são a cardiopatia (43%), diabetes (39%) e obesidade (9%). É importante ressaltar ainda que quase metade das internações atuais é? de pessoas fora de seus municípios de origem”, detalha.

“O perfil demográfico deste grupo revela que as situações mais críticas ocorrem principalmente entre homens (51%), pessoas idosas (62%), e pretos e pardos (49%). Foi observado também que há uma distribuição desigual entre as áreas urbana e rural”, relata a fundação. 

“A maioria das internações ocorre na zona urbana (77%), o que guarda coerência com a disponibilidade de serviços de alta complexidade ser maior, e quase exclusiva, em áreas urbanas”, afirmam os cientistas da Fiocruz.

Ocupação

A taxa de ocupação de leitos no Paraná é de 40%, de acordo com a Fiocruz, algo que confirma os dados das duas últimas Semanas Epidemiológicas (SE 10 e 11, de 6 a 9 de março) de manutenção da tendência de queda de indicadores de incidência e mortalidade por Covid-19, porém em menor velocidade.  “A maior parte dos estados apresentou estabilidade dos indicadores de transmissão, com exceção de Rondônia e Acre, que tiveram redução significativa do número de casos e de óbitos, e do Amapá, Maranhão, Piauí, Paraíba, Bahia e Mato Grosso do Sul, que apresentaram uma diminuição no número de óbitos, mas manutenção do número de casos. As maiores taxas de incidência no período foram observadas em Rondônia, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás. As maiores taxas de mortalidade por Covid-19 foram registradas no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás”, informa a fundação

“A taxa de letalidade por Covid-19, isto é, a proporção de casos notificados que evoluíram para óbito, permaneceu em valores próximos a 1%. Ao longo de 2021, esses valores oscilavam entre 2% e 3%. Foram reduzidos para 0,2% no início de 2022 e, ao longo do mês de março, voltaram a aumentar para 1%. Ainda que discreto, o aumento da letalidade hospitalar entre adolescentes de 10 a 19 anos também é destacado pelos cientistas”, explica a Fiocruz.

Pandemia passará a ser endemia?

Segundo a Fiocruz, para haver uma mudança de quadro epidemiológico de pandemia para endemia deverá se analisar um conjunto de indicadores, entre eles um dos principais é o de letalidade da doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) é a principal referência para que esta definição ocorra. “Quando a ocorrência de formas graves que requerem internação for suficientemente pequena para gerar poucos óbitos, e não criar pressão sobre o sistema de saúde, será possível saber que se trata de uma doença para a qual se poderá assumir ações de médio e longo prazo sem precisar contar com estratégias de resposta imediata”, finalizam os cientistas da Fiocruz.

O boletim pode ser acessado na íntegra no link: https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos_2/boletim_covid_2022-se10-11.pdf .

Com informações da Fiocruz

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