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Coronavírus

Fiocruz reforça importância da dose de reforço contra a Covid-19

Estudo mostrou que proteção continua, mas resposta de anticorpos cai em seis meses após aplicação das duas doses iniciais da vacina contra a Covid-19

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou oficialmente um estudo de fase 4 desenvolvido pela Fiocruz Minas, buscando avaliar de forma completa a imunidade gerada com imunização com a primeira e segunda dose da vacina contra a Covid-19. Segundo os dados da pesquisa, a avaliação foi realizada com mais de 1,5 mil pessoas durante cerca de um ano, onde se verificou queda na resposta de anticorpos após seis meses de aplicação das duas doses, mas com proteção que prossegue, destacando a importância da aplicação da dose de reforço contra o Coronavírus. 

“Ao longo de um ano, os pesquisadores acompanharam 1.587 pessoas vacinadas, para avaliar como se deu a resposta de anticorpos, verificando se houve queda ou se os índices foram mantidos com o passar do tempo. Os cientistas avaliaram também a resposta celular específica, de forma a verificar a capacidade do organismo em reconhecer o vírus ao longo do tempo”, detalha a Fiocruz.

A fundação afirma que o estudo foi coordenado pela pesquisadora Rafaella Fortini. A metodologia focou pessoas vacinadas com a primeira e segunda doses de CoronaVac, e a Pfizer, como reforço na maioria dos participantes, aplicada seis meses após o protocolo primário. “Entre as principais constatações da pesquisa está a importância da dose de reforço, já que as análises mostraram uma queda significativa nos níveis de anticorpos, entre três e seis meses após a aplicação da segunda dose de CoronaVac. A taxa de soropositividade passou de 98%, após 30 e 60 dias da aplicação do imunizante, para 69%, no período que compreendeu entre 91 e 180 dias após a vacinação. Mas, com a aplicação do reforço da Pfizer, tais índices foram restabelecidos, chegando a 100% de soropositividade, 15 dias após a aplicação”, acrescenta. 

Dose de reforço e necessidade explícita

“A necessidade da dose de reforço se torna ainda mais explícita quando avaliados os índices de anticorpos neutralizantes, para verificar a proteção das vacinas para variantes específicas do Coronavírus. No caso da variante Ômicron, o estudo mostrou que, 30 dias após a segunda dose, a CoronaVac gerou anticorpos neutralizantes em apenas 17% dos indivíduos analisados, chegando a 10%, quando analisadas amostras com 60 dias após a segunda dose. Entretanto, após a aplicação da dose de reforço da Pfizer, o número de amostras que apresentaram anticorpos neutralizantes contra a Ômicron subiu para 77% dos indivíduos analisados”, aponta o estudo.

Com relação à variante Delta, a Fiocruz afirma que “duas doses de CoronaVac foram efetivas contra esta variante, tendo resposta reforçada após a dose de reforço”, completa. “Os dados são claros e mostram a importância da resposta gerada pela CoronaVac e como esta resposta imune se torna ainda mais forte e robusta quando a dose de reforço da Pfizer é introduzida. Mostra ainda como esta resposta gerada pela combinação das duas vacinas se mantém forte após um ano da vacinação, gerando inclusive proteção contra as variantes Delta e Omicron”, afirma Rafaella Fortini.

Segundo a coordenadora, entre os idosos, após as duas doses contra a Covid-19, entre o quinto e o sétimo mês pós-aplicação “os níveis de anticorpos foram15% menor do que em adultos com idade entre 18 e 30 anos”, acrescenta. “Após a dose de reforço essa diferença foi restabelecida, indicando a importância do reforço para a faixa etária acima de 60 anos”, detalha a Fiocruz.

Vacinas são eficazes contra o desenvolvimento da infecção

“O estudo também confirmou a eficácia da vacina em relação ao desenvolvimento da infecção, mostrando uma redução de casos de Covid-19 entre os indivíduos vacinados. Antes da vacinação, dentre os 1.587 participantes, um total de 247, ou seja, 15,6%, havia testado positivo e, desse montante, 136 (8,6%) foram diagnosticados com Covid longa. Após a vacinação, apenas 75 (4.7%) testaram positivo, dentre os quais somente 5 (0,3%) tiveram Covid longa”, ressalta a fundação.

Segundo a Fiocruz, entre os participantes da pesquisa, aqueles que tiveram o Coronavírus apresentaram índices de anticorpos superiores após a vacinação, em relação aos não infectados. “Tal constatação reforça a importância da imunização mesmo para as pessoas que já tiveram a doença, uma vez que a imunidade natural gerada pela doença é inferior à induzida pela vacina”, detalha.

“Outro aspecto avaliado pela pesquisa foi a ocorrência de reações adversas. De acordo com os resultados, dentre os 1.587 participantes, 325 (20,5%) apresentaram efeitos adversos após a aplicação da CoronaVac, e 391 depois da administração da dose de reforço da Pfizer. A reação mais comum foi dor de cabeça e dor no local da injeção. Diarreia, corrimento nasal, febre, mialgia e prostração também foram relatados. Cinco eventos adversos moderados foram registrados, embora não tenha sido possível correlacionar com as vacinas recebidas”, detalha a Fiocruz sobre o estudo.

Segundo a Fiocruz, todas as pessoas que participaram da pesquisa se recuperaram e nenhum advento adverso grave foi contabilizado após a imunização. “Assim, reforçamos a segurança e a efetividade dessa combinação de duas doses de CoronaVac e uma dose de reforço com vacina da Pfizer, com a manutenção de uma resposta imune de anticorpos e de células efetiva contra o Sars-CoV-2. Vacinas que são importantes de serem mantidas pelo Programa Nacional de Imunizações”, afirma a coordenadora.

Participantes da pesquisa com 18 a 90 anos

De acordo com a assessoria, participaram da pesquisa profissionais da saúde do Hospital da Baleia e Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, situados em Belo Horizonte (MG). “As amostras de sangue para avaliação de imunogenicidade foram colhidas nos seguintes tempos: 1, 2, 3, 6, 9 e 12 meses após a aplicação da segunda dose.  Os participantes tinham idades entre 18 e 90 anos, sendo a média de 39 anos. Um total de 1.208 (76,1%) dos 1.587 participantes eram do sexo feminino. Dos 1.587, um total de 457 (28,8%) relatou comorbidade pré-existente, sendo que hipertensão, obesidade, asma e diabetes foram as mais citadas”, finaliza a Fiocruz.

Com informações da Fiocruz

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