conecte-se conosco

Semeando Esperança

Tornar-se sinais de misericórdia

É tempo, para citar o Papa Francisco, de “ir curar os feridos, com misericórdia”

Publicado

em

A Semana Santa é seguida, na Igreja católica latina, por oito dias de festa, chamados Oitava da Páscoa, desde o próprio Domingo da Páscoa. Essa estrutura, que teve início no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, ajuda a equilibrar dores e alegrias, as de Jesus e as nossas. Nos dias da Semana Santa, celebramos os mistérios da nossa salvação, realizados por Jesus, nos últimos dias de sua vida, desde sua entrada messiânica em Jerusalém. Ponto alto desta Semana e de todo o período da Quaresma é necessariamente o Tríduo Pascal de Jesus Cristo, no mistério salvador de sua crucifixão-morte, sepultura e ressurreição. A Oitava da Páscoa, por sua vez, faz o Domingo da Páscoa durar mais sete dias. Dias para a Igreja: proclamar, agradecida, o “dia em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado”, o “dia que o Senhor fez para nós”, pleno de alegria e de exultação; rezar pelas pessoas que foram batizados na Páscoa; encher de júbilo a celebração com o Glória e muitos Aleluias, incluindo o envio missionário: “Ide em paz, e o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia!” 

Se, durante a Semana Santa acompanhamos Jesus rumo à sua páscoa, passando da morte para a vida. A Oitava pascal anuncia cada dia as manifestações de Jesus Ressuscitado. Vencedor da morte, ele vai ao encontro dos seus discípulos. Primeiramente ele se revela a Maria Madalena e às outras mulheres, tornando-as mensageiras de sua ressurreição: “Alegrem-se! Não tenham medo. Vão anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão” (Mt 28,9-10). Depois, ele se mostra vivo aos discípulos de Emaús – que retornavam tristes, abatidos e sem esperança – e aos outros seguidores.

Hoje, 11 de abril, Segundo Domingo da Páscoa, é para nós o último dia da Oitava, cujo sentido recebe do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: 20,19-31. Jesus vai ao encontro dos seus discípulos, reunidos a portas fechadas, por medo dos judeus, e se coloca no meio deles: “A paz esteja convosco”. Jesus não abandona os que o abandonaram, mas vai ao seu encontro e mostra-lhes os sinais da sua paixão: as mãos perfuradas pelos pregos e o lado traspassado pela lança. Poderia ter procurado outros discípulos, talvez mais confiáveis. Mas Jesus não abandona aquele pequeno grupo, que amou “até o fim”. Ama pessoas concretas, humanamente limitadas e lhes é fiel, mesmo não tendo encontrado neles a fidelidade. Pessoas concretas, como nós, que – segundo a nossa visão curta – não mereceriam o seu amor. Jesus, porém, qual bom pastor, vai atrás das ovelhas que se extraviaram na hora suprema da dor, devolve-lhes a paz – conquistada na Cruz –, a alegria e o perdão. A estes discípulos perdoados – e a nós –, Jesus concede o Espírito Santo e os torna sinais de misericórdia para o mundo inteiro. É tempo, para citar o Papa Francisco, de “ir curar os feridos, com misericórdia”. Do mesmo modo como o Senhor não se cansa de perdoar, nós não temos outra escolha além desta: em primeiro lugar, curar os feridos, “seguir por esse caminho de misericórdia”.

Continuar lendo
Publicidade










Em alta

plugins premium WordPress