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Semeando Esperança

Não estamos sozinhos

Esta semana foi marcada por duas grandes festas católicas

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Esta semana foi marcada por duas grandes festas católicas: Santíssima Trindade e Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo, também conhecida com seu nome antigo, Corpus Christi. Tais festas revelam um Deus próximo, que caminha com seu povo e que nunca o trata com indiferença. Pelo contrário, o conduz por caminhos de libertação, defendendo-lhe a vida.

No Livro do Êxodo (34,4-9) – na solenidade da Santíssima Trindade –, pela boca de Moisés, foi possível descobrir um Deus próximo, “misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel” que pouco a pouco se revelou como Pai e Filho e Espírito Santo. A ele, pode-se rogar: “caminha conosco!” Tal súplica proclama a grandeza de Deus e, simultaneamente, a dureza do coração humano, que se apresenta como “um povo de cabeça dura”, resistente ao seu amor. Mas, Deus, que ama independente de ser amado, na plenitude dos tempos enviou ao mundo o seu Filho, nascido de Maria, por obra do Espírito Santo. Ele não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo (Jo 3,16-18). Assim, Jesus Cristo é, para a humanidade, o rosto misericordioso de Deus, e a seus discípulos ensinou a rezar, dizendo: “Pai nosso”. Ora, como é possível invocar a Deus como pai de todos e desprezar pela intolerância e violência, as pessoas que, nesse caso, são uma só família de “irmãos e irmãs”? Como é possível aceitar como algo normal o racismo, a violência contra a mulher, a morte de negros e pobres, a intransigência diante de atitudes e crenças diferentes das próprias? Será que não se pode mais em nossa sociedade ser uma pessoa generosa, tolerante, afetuosa, conciliadora, bondosa, educada? Quem disse que por questão de sexo, religião, nação, cor da pele alguém é melhor do que os outros? Que futuro construiremos com essas bases que carecem de solidez? E, pior ainda, isso tudo está crescendo no momento em que o mais importante deveria ser enfrentar as dificuldades impostas pela pandemia de um novo coronavírus. Espantoso!

E, justamente nessa realidade marcadamente difícil, Deus caminha conosco! Corpus Christi reafirmou essa confiança. Como aos discípulos de Emaús (Lucas 24), Jesus se faz companheiro de caminhada, colocando-se ao lado dos que andam tristes e sem esperança. A nossa “procissão motorizada”, levando o Santíssimo Sacramento, passando pelos hospitais, quis demonstrar que Deus habita em meio aos homens, que passa por onde eles moram e abençoa a todos indistintamente. Ele sabe o que é o sofrimento e ainda hoje o padece, pois continua sofredor nas pessoas que sofrem: têm fome e sede; é estrangeiro, sem roupa, doente e prisioneiro. E todas as vezes que os sofredores – todos eles – forem cuidados é Jesus que recebe tais cuidados (Mt 25,31-46).

Certamente, porém, o coração encontra motivos para se alegrar quando ouve notícias a respeito de pessoas que têm sido capazes de pensar nos outros, de serem generosas: umas costuraram máscaras para distribuí-las; outras ofereceram e oferecem comida quente aos famintos; outras, ainda, ajudaram andarilhos a reencontrar suas famílias e a retornar para suas casas; governantes que, guiados pelos avanços científicos, têm adotado medidas adequadas para enfrentar a crise da Covid-19; cientistas que se dedicam incansavelmente à pesquisa, e tantos outros exemplos que revelam o melhor que há no coração humano: a solidariedade. 

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