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Semeando Esperança

Festa da Santíssima Trindade: Diversidade e Unidade

A “minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo” (Salmo 42[41],3).

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A “minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo” (Salmo 42[41],3). Essas palavras do salmista expressam que Deus é o desejo mais profundo do coração humano. E, sem menosprezar nenhuma tradição religiosa em sua busca de responder a esse anseio, a Igreja Católica celebra neste Domingo, o primeiro depois de Pentecostes, a grande festa da Santíssima Trindade. Expressão usada para proclamar a fé contida na Bíblia – o nosso Deus é uno e trino – e professada pelo Creio Apostólico, também em sua versão ecumênica: “Creio em Deus Pai… e em seu Filho, Jesus Cristo… e no Espírito Santo”.

A Bíblia, desde as primeiras páginas, vai revelando o Pai e o Filho e o Espírito Santo.  Destacarei apenas duas dessas passagens.  Uma do Evangelho segundo Mateus. Jesus, após a sua ressurreição, manifestou-se aos Apóstolos e os enviou em missão, dizendo: “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês” (28,18-20). Outra, dos escritos do Apóstolo Paulo: “Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês” (2Cor 13,13). Tanto a fórmula batismal do Evangelho, quanto a saudação paulina são trinitárias, ou seja, apresentam o Deus trino em sua unidade.

Esse mistério da Santíssima Trindade nos foi revelado em plenitude por Jesus Cristo. A partir de sua experiência de comunhão com o Pai, Jesus convidou seus seguidores – incluindo os de hoje – a viverem uma relação com Deus, marcada pela confiança: “Pai nosso”. Daqueles que quisessem seguir seus passos, Jesus pediu fidelidade à sua pessoa e que se deixassem guiar e alentar pelo Espírito Santo. Desse modo, Jesus ensina o caminho da abertura ao mistério santo de Deus, a Santíssima Trindade.

Contudo, tal fé trinitária recebeu muitas oposições ao longo dos tempos, especialmente nos primeiros séculos da Igreja. Elas fizeram surgir grandes pensadores que, pela meditação da Palavra de Deus e pela oração, buscaram contemplar o mistério adorável da Santíssima Trindade e escrever a seu respeito. Entre eles, São Gregório Nazianzeno (Turquia, 330-390), afirmou: “Quando digo Deus, entendo o Pai e o Filho e o Espírito Santo”. E Santo Agostinho de Hipona (África, 354-430), que escreveu uma extensa e profunda obra intitulada A Trindade, proclamou:“o nosso Deus é a Santíssima Trindade”.

Enfim, se nos perguntássemos se a celebração da Santíssima Trindade pode inspirar nosso agir, inclusive daqueles que não partilham essa fé, a resposta seria afirmativa. Sim, pode inspirar.  O momento social, marcadamente difícil pelos danos e dores provocados pelo novo coronavírus, infelizmente vê crescer a intolerância e o seu fruto pior, a violência, nas mais diversas formas. Nesse sentido, a festa de hoje ensina que somos todos irmãos e irmãs, e que as nossas diferenças não são necessariamente motivo de divisão, inimizade e desprezo. Podemos, sim, nos empenhar pelo respeito à diversidade e nos comprometer com lutas comuns, que tenham por objetivo o bem de toda a sociedade.

Eu creio que a fé na Santíssima Trindade pode nos ajudar a vencer tudo o que nos divide, a valorizar o diferente e a buscar a união.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

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