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Semeando Esperança

Devoção e Pandemia

Os esforços para combater tal Coronavírus podem ser empreendidos sob o olhar e os cuidados maternos da Mãe de Deus, a Senhora do Rosário

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A história de Paranaguá, Cidade “Mãe do Paraná”, registra a presença dos europeus e de sua devoção, nessas terras habitadas pelos indígenas da nação Carijó, antes de 1549, conforme relato de Hans Staden. Esses europeus inauguraram, em 1578, uma pequena igreja dedicada à Mãe de Deus, sob o título de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário, no mesmo local onde hoje se ergue a Catedral. Para assistência espiritual católica, o Bispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Antônio de Mariz Loureiro, no dia 5 de abril de 1655, criou a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, nomeando o Padre Dionísio de Melo Cabral seu primeiro pároco.

Enquanto lugar de fé e confiança, a essa igreja recorreram os fiéis em tempos de grandes dificuldades: em 1686, durante grave epidemia – talvez a da “cólera morbus” –, e em 1788, por ocasião da “peste de disenterias de sangue”, que nos primeiros dias matou cerca de 300 pessoas. Diante da imagem de Nossa Senhora imploravam o auxílio materno que os libertasse do mal. A respeito da epidemia de 1788, escreveu o historiador Antônio Vieira dos Santos: “o furor se aplacou depois que a devoção e piedade dos habitantes se viram frequentadas no terço do Santíssimo Rosário da Mãe de Deus”.

Tal confiança em Maria se manifestou igualmente em 1718, quando um navio corsário francês adentrou a baía de Paranaguá, ameaçando saquear a Vila e levar à morte muitos de seus moradores. Os habitantes acorreram, pois, à Matriz do Rosário, suplicando a proteção da Padroeira, e, tomando sua imagem, carregaram-na em procissão pelas ruas. Nesse momento, apesar do bom tempo, desabou violenta tempestade que fez naufragar o ameaçador inimigo nos agudos rochedos da ilha da Cotinga. Tal libertação foi considerada por Vieira dos Santos “um milagre de Nossa Senhora do Rosário” e está representada no singelo vitral do arco interno da porta principal da Catedral.

Esses fatos sustentam hoje a devoção e a confiança dos parnanguaras, marcados pela experiência dolorosa da pandemia da Covid-19. Os esforços para combater tal Coronavírus podem ser empreendidos sob o olhar e os cuidados maternos da Mãe de Deus, a Senhora do Rosário. Nela, o fiel encontra força, inclusive no momento angustiante da morte das pessoas mais queridas.

A festa de Nossa Senhora do Rosário, padroeira da Cidade de Paranaguá, da Paróquia da Catedral e da Diocese de Paranaguá, celebrada no dia 8 de outubro, é, portanto, uma boa ocasião para retomar a história e perceber que a fé e a devoção não estão separadas das lutas contra a pandemia (nem da realização das eleições municipais, tema que abordaremos no próximo domingo).

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