O Dia Mundial da Paz foi instituído pelo papa Paulo VI, há 55 anos, a ser comemorado a cada ano, no dia 1.º de janeiro. Francisco, mantendo a tradição papal, para celebrar esse Dia, enviou uma mensagem à Igreja e a todas as pessoas que se empenham pela paz: “Diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura”.
O texto bíblico que encabeça a mensagem de Francisco foi tomado do Livro de Isaías: “Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz!” (52,7). Esta profecia anuncia “a consolação, o suspiro de alívio de um povo exilado, extenuado pelas violências e os abusos, exposto à infâmia e à morte. […] Para aquela gente, a chegada do mensageiro da paz significava a esperança de um renascimento dos escombros da história, o início de um futuro luminoso”. Também em nossos dias, o caminho da paz ou do “desenvolvimento integral” (Paulo VI), “permanece, infelizmente, arredio da vida real de tantos homens e mulheres e consequentemente da família humana, que nos aparece agora totalmente interligada. Apesar dos múltiplos esforços visando um diálogo construtivo entre as nações, aumenta o ruído ensurdecedor de guerras e conflitos, ao mesmo tempo que ganham espaço doenças de proporções pandêmicas, pioram os efeitos das alterações climáticas e da degradação ambiental, agrava-se o drama da fome e da sede e continua a predominar um modelo económico mais baseado no individualismo do que na partilha solidária. Como nos tempos dos antigos profetas, continua também hoje a se elevar o clamor dos pobres e da terra para implorar justiça e paz”.
Marcado pela firme esperança de que a paz “é conjuntamente dádiva do Alto e fruto de um empenho compartilhado”, Francisco confia que todos podemos “colaborar para construir um mundo mais pacífico partindo do próprio coração e das relações em família, passando pela sociedade e o meio ambiente, até chegar às relações entre os povos e entre os Estados”. Por isso propõe três caminhos para construirmos uma paz duradoura: o diálogo entre as gerações, base para a realização de projetos compartilhados; a educação, fator de liberdade, responsabilidade e desenvolvimento; o trabalho, necessário para uma plena realização da dignidade humana. Esses três elementos são “imprescindíveis para tornar ‘possível a criação de um pacto social’, sem o qual se revela inconsistente todo o projeto de paz”.
O Papa encerra a sua Mensagem, dirigindo-se “aos governantes e a quantos têm responsabilidades políticas e sociais, aos pastores e aos animadores das comunidades eclesiais, bem como a todos os homens e mulheres de boa vontade” a fim de que todos possamos caminhar juntos corajosa e criativamente “por estas três estradas: o diálogo entre as gerações, a educação e o trabalho”.
Quem sabe, conclui Francisco, “sejam cada vez mais numerosas as pessoas que, sem fazer rumor, com humildade e tenacidade, se tornam dia a dia artesãs de paz. E que sempre as preceda e acompanhe a bênção do Deus da paz!”
Feliz Ano Novo!