Tenho falado com amigos integrantes da corporação dos Bombeiros, alguns em exercício e outros na reserva. Perguntei como está a vacinação para os bombeiros e soube que em torno de 20% da corporação estão imunizados. Nem é preciso pontuar sobre o risco natural dessa atividade e agora também de contágio pelo coronavírus.
Isso me fez retornar a uma tese que há muito defendo, sobre a estrutura de segurança pública. Meu olhar se atém aos que prestam silenciosamente o socorro à população – exceto pelo som das sirenes, no caso.
Me refiro ao Corpo de Bombeiros, que integra a estrutura da Segurança Pública do Estado, vinculado à Polícia Militar do Paraná. Cabe ao Corpo de Bombeiros a execução de atividades de Defesa Civil, a prevenção e combate a incêndios, busca e salvamentos e socorro público, segundo a Constituição Estadual.
São atividades de certo modo acessórias da atividade policial militar, que deve se incumbir da proteção da sociedade contra o crime e a violência potenciais ou efetivos, colaborando com a manutenção da ordem pública. Fato é que para o ingresso na corporação, além da vocação, os candidatos devem apresentar traços de personalidade e profissiográficos distantes, requeridos para o exercício de cada uma dessas atividades.
Ambas as corporações têm na formação militar a base para a aplicação da doutrina de combate, presteza, organização e estratégia. Ferramentas essenciais no atendimento de ocorrências, que por vezes fazem a diferença entre a vida e a morte. Atuam em áreas diferentes do conhecimento para atender demandas específicas.
Um Bombeiro atua desde a prevenção de incêndios e pânico, até o socorro pré-hospitalar, exigindo dele conhecimento nas áreas exatas, biológicas e de tecnologia. O policial tem sua formação voltada à área humanística.
As diferenças se perpetuam no treinamento, nos equipamentos, normas, ferramentas de gerenciamento, entre tantos aspectos. Isso fica visível nas viaturas e equipamentos empregados no atendimento das ocorrências, fardamento e natureza do serviço prestado à comunidade. Até na memória afetiva da sociedade sobre cada instituição.
Pergunto-me, por que então essas duas corporações, tão diferentes, compõem a mesma estrutura? Continuarei meu raciocínio no próximo artigo.