Comentei anteriormente que o Brasil pode acelerar seu desenvolvimento, especialmente no interior, na medida em que avançar o cooperativismo alavancando os pequenos negócios. Hoje retomo a questão nas palavras de um amigo especialista, o professor Carlos Alberto dos Santos, ex-diretor do SEBRAE Nacional, entre outras entidades, e atualmente consultor da COSINERGIA – MundoCoop, que trata em artigo justamente sobre o avanço do cooperativismo de crédito.
Ao final de 2020, as cooperativas de crédito brasileiras contavam com 7.238 agências. O crescimento de 6% em relação ao ano anterior ampliou a liderança do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), hoje a maior rede de atendimento do Brasil.
No mesmo período, bancos de varejo, ao contrário, continuaram a reduzir o número de agências, movimento acelerado no bojo da pandemia da Covid-19. Ampliaram fortemente o atendimento digital em substituição ao presencial. Os resultados dos principais desses bancos no 1º Trimestre de 2021 indicam melhoria substancial nos resultados. Contribuíram a forte queda do provisionamento de perdas (PDD) e a redução dos custos operacionais obtidos com a digitalização e a redução da rede de agências.
Cooperativas de crédito também aumentaram fortemente o atendimento via canais digitais. Simultaneamente, investiram na ampliação da rede de agências. O grande crescimento do quadro de associados e os resultados financeiros das cooperativas nos últimos anos não deixam dúvida quanto ao sucesso desta estratégia. Os depósitos totais do SNCC cresceram 42,56% em 2020 em comparação com o ano anterior.
Estratégias diferentes não impediram que bancos comerciais e cooperativas de crédito tivessem bons resultados nos últimos anos. Podemos concluir então, que reduzir ou aumentar a rede de atendimento físico é indiferente para os resultados dos agentes financeiros? Se as cooperativas também reduzissem o número de agências os resultados seriam os mesmos?
Respostas a estas e à pergunta do título deste artigo demandam uma reflexão sobre o papel das agências nos dois diferentes modelos de negócios.
*Artigo Completo em MundoCoop (17.05.2021 – https://bit.ly/3foUR1e) por Carlos Alberto dos Santos.