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Maçonaria

Páscoa

Passar pelas trevas da morte para renascer na luz de uma nova vida espiritual. Com diferentes motivos, denominações e características, este é o significado simbólico da celebração que ocorre nestes dias ao longo da história da humanidade

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A ACÁCIA NA MAÇONARIA

Passar pelas trevas da morte para renascer na luz de uma nova vida espiritual. Com diferentes motivos, denominações e características, este é o significado simbólico da celebração que ocorre nestes dias ao longo da história da humanidade. Foi assim para os pagãos da antiguidade e tem sido assim para os judeus e cristãos desde o princípio de suas respectivas religiões. Sem nenhum sentido religioso e não em uma data específica, mas em todos os momentos, a Maçonaria, que é universal e se serve de símbolos e alegorias para transmitir seus ensinamentos, também celebra a predominância da luz do conhecimento sobre as trevas da ignorância.

Pagãos (do latim paganus: “camponês” e “rústico”, derivado de pagus: “aldeia”) eram os povos com cultos politeístas ou animistas (mitologia greco-romana e outras tradições na Europa e norte da África antes da cristianização), com a crença de que todas as formas da natureza têm alma e agem intencionalmente. Celebravam nesta época do ano o equinócio da primavera, simbolicamente o fim da “morte” do ciclo solar, a alegria pelo ressurgimento diário do sol, ausente nos dias de inverno. “A partir dessa data poderiam voltar a plantar, viam a criação crescer, a caça voltar a ser abundante, flores, folhas, frutos, era o período propício para criar os filhos, para ampliar as vilas, ou seja, a vida recomeçava.” Ainda, homenageavam Ostera (ou Ostara), ou Ëostre, a Deusa do Amanhecer, ou da Primavera, representada segurando um ovo (nascimento) e observando um coelho (fertilidade). De Ëostre deriva o inglês Easter e o alemão Osten, significando tanto “Páscoa” quanto “leste, oriente, nascente”, onde se dá a luz do amanhecer.

A palavra hebraica “pessach” significa “passagem”, nome da festa judaica que lembra a passagem do anjo exterminador, enviado por Deus para matar os primogênitos do Egito na noite do êxodo, marcando também a passagem da escravidão para a liberdade na Terra prometida. Na tradição cristã, Jesus foi a Jerusalém por ocasião dessa mesma festa, tendo então encontrado a morte na sexta-feira para ressuscitar no domingo. A Páscoa tornou-se também uma festa cristã, ainda significando a “passagem” pela morte para uma nova vida de luz, o sacrifício do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ainda na relação morte/luz, “para os cristãos ortodoxos, há uma procissão importante que simboliza a busca sem sucesso pelo corpo de Jesus, seguida de um regresso à igreja onde velas acesas simbolizam sua ressurreição.” 

Não obstante o significado judaico ou cristão, ainda hoje a Páscoa está intimamente relacionada ao equinócio da primavera. A data pode ocorrer entre 23 de março e 26 de abril e marca o primeiro domingo após a primeira lua cheia depois de 21 de março, fim do inverno e início da primavera no hemisfério norte. Com relação à Maçonaria, ensina Pedro Juk que “as datas e períodos solsticiais e equinociais sempre estiveram ligados aos procedimentos maçônicos (…). Assim eles permaneceriam mais tarde também na decoração dos espaços de trabalhos maçônicos (…), seja como um símbolo específico, seja como uma alegoria iniciática. Essas relações geralmente buscam explicar na escola maçônica, os fundamentos oriundos dos cultos solares da antiguidade que seriam a base da imensa maioria das religiões conhecidas.”

A Maçonaria não é uma “religião”, mas uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista, que pugna pela verdadeira e completa fraternidade humana, e portanto não há em suas atividades nenhuma distinção de credo religioso. Justamente por não ser ela uma religião, o indivíduo Maçom é totalmente livre, assim como em qualquer outro aspecto de sua vida, para professar o credo religioso que sua consciência entender mais adequada. Cabe ao Maçom viver a Páscoa conforme sua própria religião, e isso será respeitado pelos Maçons adeptos a outras religiões, que por sua vez receberão o mesmo respeito perante suas próprias tradições. 

Todavia, seja qual for a crença, em sua busca pelo aperfeiçoamento ético e moral, próprio e da humanidade, caberá ao Maçom, cristão ou não, investigar os aspectos históricos, filosóficos e simbólicos, entre outros, de qualquer temática relevante para essa finalidade. Tendo como premissa a seriedade nessa investigação, é evidente a oportunidade de contar-se com diferentes pontos de vista e abordagens sobre um mesmo tema, o que somente fortalece o compromisso coletivo com a liberdade de pensamento individual. Nas palavras de Juk, “enfim tudo na Maçonaria foi sabiamente constituído para que o Maçom siga à vontade os mandamentos da própria crença, sem ferir a consciência de qualquer de seus Irmãos.”

Com base em informações de bibliot3ca.com, diariodeumlinguista.com, dicionarioetimologico.com.br, maconsprogressistas.com, Blog de Pedro Juk citado em opontodentrocirculo.com, e wikipedia.org.

Responsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected])

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