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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Percurso de canoas entre Paranaguá e Rio de Janeiro – II

Continuando o artigo da semana passada, sabe-se que os canoeiros continuaram contornando os recortes da costa, navegando de angra em angra, de pouso em pouso. No dia 20/09/1922 estavam em Angra dos Reis. Dia 23, pela manhã, encostavam ao lado do Navio de Guerra da Marinha do Brasil “JOSÉ BONIFÁCIO”, no porto do Rio de Janeiro. A instabilidade do tempo,  as ondas bravas do mar, o frio, a fome, a sede, o sono, o cansaço, o medo, o susto, não foram suficientes para desencorajar a férrea vontade desses heróicos e entendidos marujos do litoral paranaense. Um heroísmo sincero, verdadeiro e um exemplo, uma lição de amor à Pátria

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Sucessão no IHGP

Continuando o artigo da semana passada, sabe-se que os canoeiros continuaram contornando os recortes da costa, navegando de angra em angra, de pouso em pouso. No dia 20/09/1922 estavam em Angra dos Reis. Dia 23, pela manhã, encostavam ao lado do Navio de Guerra da Marinha do Brasil “JOSÉ BONIFÁCIO”, no porto do Rio de Janeiro. A instabilidade do tempo,  as ondas bravas do mar, o frio, a fome, a sede, o sono, o cansaço, o medo, o susto, não foram suficientes para desencorajar a férrea vontade desses heróicos e entendidos marujos do litoral paranaense. Um heroísmo sincero, verdadeiro e um exemplo, uma lição de amor à Pátria. 

A distância de 450 milhas foi vencida. A viagem demorou 16 dias. O Homem é realmente o agente propulsor da história. Para felicidade e orgulho de Paranaguá dez homens corajosos espontaneamente aceitaram o grande desafio e levaram, à ex-capital da República, o ato de coragem dedicado à Pátria. Mal dormiram e mal se alimentaram, mas chegaram e foram aclamados como grandes vitoriosos pelo generoso povo carioca e por autoridades.

O retorno das Canoas “PARANÁ ” e “PARANAGUÁ ” foi de Navio Ita, da linha da Companhia Nacional de Navegação Costeira. A chegada dos Canoeiros, registrou um dos grandes acontecimentos presenciados na cidade de Paranaguá, com muita vibração e carinhosos aplausos. O povo festejava a chegada dos bravos Homens do Mar, chefiados por Joaquim Tigre e Barra Velha, que, com mais dois remadores, fizeram o percurso da Ilha do Mel ao Rio de Janeiro em duas canoas. A Cidade toda estava em festa! Pelo Telégrafo, cuja agência era situada também na Rua da Praia, chegou a notícia de que os destemidos remadores estavam voltando a Paranaguá, onde seriam homenageados. 

Homens simples e corajosos, que quiseram dar sua participação no ano do Centenário da nossa Independência. Paranaguá prestou uma homenagem a Joaquim Mariano Fernandes, o JOAQUIM TIGRE, colocando uma Rua com seu cognome, que começa na Rua Maneco Viana e termina na Avenida Governador Manoel Ribas.

Quanto a Antônio Serafim Lopes, o “BARRA VELHA”, heróico vencedor do mar bravio, porque nadava como peixe, pouco tempo depois da gloriosa aventura levada a efeito no histórico ano de 1922, saiu do cais do mercado da cidade, navegando em direção à Ilha do Mel, caiu no mar perecendo afogado. O braço do mar, que o prendera, foi o digno túmulo do bravo pescador. Manoel Ribas, quando Interventor do Paraná, criou uma Escola de Pesca na llha das Cobras, a Escola de Pesca Antônio Serafim Lopes, como justa homenagem do Paraná ao humilde pescador, hoje  desativada.  

Sonia Machado

Historiadora

Diretora Secretária do IHGP

Referências:

FREITAS, W. F. História de Paranaguá: das origens à atualidade. 1999. Pág. 395 a 399.LOBO, E. M. Retalhos de uma Vida. 1990. Pág. 58 a 60.

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