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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

HISTÓRICO DO PERCURSO DE CANOAS ENTRE PARANAGUÁ E RIO DE JANEIRO

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Sucessão no IHGP

Um dos assuntos que sempre me chamou a atenção, em relação a fatos ocorridos em Paranaguá, é o percurso de canoas entre a nossa cidade e o Rio de Janeiro, realizada no dia 7 de Setembro de 1922, em homenagem ao Centenário da Independência do Brasil. Assim, compartilho com os leitores da Coluna do IHGP o que encontrei sobre o assunto nas referências citadas ao final.

A Confederação Geral dos Pescadores do Brasil pretendeu homenagear o Centenário da Independência, realizando uma viagem de pescadores dos estados brasileiros até ao Rio de Janeiro, na época capital federal da república. A condição imposta foi de que o percurso fosse realizado de canoa.

Em curto espaço de tempo, vinte destemidos parnanguaras prontificaram-se a fazer a viagem de canoa entre Paranaguá e o Rio de Janeiro.

Com certeza muitas dificuldades apareceram, mas todas foram vencidas. Os Canoeiros foram rigorosamente examinados e selecionados, as embarcações preparadas e os recursos para o custeio do empreendimento foram angariados. O apoio da população de Paranaguá foi fundamental. 

No trabalho de seleção foram escolhidos dez homens. As Canoas escolhidas, eram de guapuruvu, duas construídas na Ilha do Mel. Uma pertencia à Associação dos Práticos da Barra de Paranaguá e a outra à Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres da Barra da Baía de Paranaguá. Ambas obtidas por empréstimo. A canoa da Associação dos Práticos foi batizada com o nome “PARANAGUA”. 

Os canoeiros parnanguaras, que guarneceram as duas canoas foram: Joaquim Mariano Fernandes, cognome: JOAQUIM TIGRE. Era Prático do Porto e das Barras da Baía de Paranaguá, a quem coube a grande responsabilidade de Chefe da temerária expedição encarregado do leme e servindo de “PATRÃO” da canoa “PARANÁ “. Antônio Serafim Lopes, cognome: BARRA VELGA, pescador, encarregado do leme e servindo de “PATRÃO” da canoa “PARANAGUÁ “. Os companheiros de viagem foram: Domingos José Tizoni, Virgílio Farias, Manuel Praxedes de Oliveira, José Antônio Ribeiro, Valentim Tomás, Manuel Carlos Serafim, Olívio Elias e Antônio Gonçalves Rodrigues.

As duas Canoas zarparam do Cais e navegaram em direção à Foz do Rio Itiberê, sob aplausos e votos de feliz viagem e breve regresso de uma multidão, a qual acompanhou com o olhar os Canoeiros até a curva do “furado” da Ilha da Cotinga.

Devido à instabilidade do tempo, a viagem foi feita, numa grande parte do percurso, sob condições desfavoráveis, valorizando ainda mais a grandeza e o patriotismo dos valorosos canoeiros. Por volta da meia noite de 8 de Setembro, as Canoas “PARANÁ ” e “PARANAGUÁ ” deixaram a barra. Em más condições de tempo, contornaram a Ilha do Superagui e, enfrentando a Costa Oceânica, atingiram Cananéia. No dia 13 estavam em Santos. Dia 16 chegaram em São Sebastião. 

A semana que vem continuaremos essa empolgante história

Sonia Machado

Historiadora

Diretora Secretária do IHGP

Referências:

FREITAS, W. F. História de Paranaguá: das origens à atualidade. 1999. Pág. 395 a 399.
LOBO, E. M. Retalhos de uma Vida. 1990. Pág. 58 a 60.

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