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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Estamos perdendo o direito de observar o céu noturno

A observação do céu noturno é sem dúvida uma das atividades mais antigas já praticadas pelo ser humano

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A observação do céu noturno é sem dúvida uma das atividades mais antigas já praticadas pelo ser humano. Muitas civilizações observaram as estrelas para fazer previsões das estações do ano, assim como para saber as épocas certas de plantio e de colheita, usavam o céu como mapa, relógio e calendário.

A humanidade evoluiu e junto veio o desenvolvimento tecnológico que nos trouxe muitos benefícios, entretanto estamos pagando um preço alto. Com a constante evolução tecnológica, o céu esta ficando cada vez menos escuro, a alta poluição luminosa causada pelo uso frequente e difundido de luz artificial, especialmente em grandes centros urbanos, tem causado enormes prejuízos à vida em nosso planeta e cada vez mais as pessoas então perdendo o direito de observar e contemplar o céu noturno.

A poluição luminosa é silenciosa e muito maléfica, as luzes em excesso, além de prejudicar a saúde humana e o meio ambiente, ofuscam e restringem a observação das constelações de estrelas e a nossa galáxia Via-Láctea, fica cada vez mais “distante’’ dos nossos olhos.

As interrupções nos ciclos diários claro-escuro pode prejudicar o ciclo circadiano, que corresponde ao período de 24 horas no qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, sendo influenciado principalmente pela variação de luminosidade. Esse ciclo é responsável por regular muitos dos ritmos psicológicos dos seres vivos, tem muita influência sobre o sistema digestivo, estado de vigília e sono, controle da temperatura do corpo e renovação celular.

A interrupção desse ciclo claro-escuro também influencia negativamente em rotas migratórias de vários animais, prejudicando principalmente o ecossistema noturno.           Iniciativas e técnicas para reduzir a poluição luminosa já estão sendo empregadas em várias partes do mundo. No Brasil, infelizmente, essa forma de poluição não é reconhecida oficialmente, faltam políticas públicas e esforços para tratar esse problema. Combater a poluição luminosa significa proteger as pessoas e o meio ambiente, representa economia, mas também pode gerar renda através do fomento de programas de turismo de observação de astros em comunidades de entorno de unidades de conservação, por exemplo. Entretanto, é importante tratar essa questão criando uma legislação adequada e trabalhar incansavelmente com a comunicação e educação, promovendo a importância de manter de forma sustentável o nosso céu escuro com o uso de técnicas de iluminação adequadas na hora certa e na quantidade certa.

Reginaldo Antunes Ferreira

Geógrafo/Mestrando em Ciência Tecnologia e Sociedade-IFPR

Astrofotógrafo amador

Pesquisador Convidado IHGP

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