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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

DUAS MISSAS, NUMA TERRA CHAMADA BRASIL

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Sucessão no IHGP

Portugal já era um país absolutista e mercantilista quando iniciou a expansão comercial e marítima. Os poderes estavam concentrados nas mãos do rei, o comércio era a principal atividade econômica. A expansão comercial e marítima atendia aos interesses econômicos, tanto do rei, como da burguesia mercantil portuguesa. Com a descoberta do novo caminho marítimo para as Índias e a chegada dos portugueses às principais fontes produtoras das especiarias, tornou-se importantíssimo para Portugal impor o seu domínio sobre o comércio desses produtos. Para tanto, o Governo Português organizou expedições, com a finalidade de impor aos asiáticos tratados comerciais que garantissem o monopólio do comércio das especiarias. Numa destas expedições, os portugueses chegaram ao Brasil em 22 de abril de 1500, nas 13 caravelas lideradas por Pedro Alvares Cabral. Após desembarcarem em terra firme e terem os primeiros contatos com os indígenas, seguiram com suas caravelas para um lugar mais protegido, parando na praia da Coroa Vermelha. 

A PRIMEIRA MISSA.

Num domingo do dia 26, Cabral pediu que fosse celebrada uma missa e feito um sermão. Ele ordenou que todos os capitães se preparassem e o acompanhassem a uma ilhota verde, atual Coroa Vermelha, localizada no Litoral Sul da Bahia. Lá, armaram um toldo sobre um altar improvisado e, com toda a tripulação presente, Frei Henrique Soares de Coimbra celebrou a missa. Não foi construída uma cruz para a primeira missa, como retrata o quadro do pintor Victor Meirelles, apenas uma pequena cruz metálica trazida de Portugal.  

A SEGUNDA MISSA – UMA CRUZ NO NOVO MUNDO

A única coisa que faltava antes de partirem era deixar um padrão que garantisse a terra para Portugal. Para isso, os carpinteiros construíram uma grande cruz de madeira, entre os dias 27 e 28 de abril, despertando a curiosidade dos indígenas, pelas ferramentas por estes utilizadas.  No dia 1° de maio, numa sexta-feira, essa cruz foi levada em procissão até a margem. Tinha as armas de Portugal esculpidas e, foi colocada à entrada da floresta, debaixo da qual improvisaram um pequeno altar. E assim, rezaram uma segunda missa, sob o olhar de 150 indígenas. A missa ocorreu na região da foz do Rio Mutari (Porto Seguro, Bahia). Na ocasião, Cabral, batizou a terra com o nome de “Ilha de Santa Cruz”. Quem celebrou a segunda missa foi o Frei e Bispo Henrique Soares de Coimbra. Conforme cita Pero Vaz de Caminha na carta ao El Rei de Portugal., “quando veio o Evangelho, que ficamos todos, em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim até ser acabado; e então tornaram-se a se assentar como nós. E quando levantaram a DEUS, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, que certifico à Vossa Alteza, nos fez muita devoção! 

Sônia Machado

Historiadora e membro da Diretoria do IHGP- Biênio 2023-2024

Bibliografia utilizada 

Grandes Personagens da Nossa História. Do descobrimento à independência. Primeiro Volume, Nova Cultural, 1987.

SILVA, Francisco de Assis, História do Brasil. Primeiro Volume – Brasil, Colônia 2ª Edição, Editora Moderna, Exemplar do professor, 1990.

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