A HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO E INAUGURAÇÃO DO PALÁCIO DO CAFÉ – PARTE II

Nessa semana, damos continuidade a história da construção e inauguração do Palácio do Café.  Paranaguá vivia o 4° Ciclo do Café. E esse ciclo foi vivido de maneira lenta e compassada, durante os anos de 1960, desenvolvendo – se de tal modo até levar Paranaguá a conquistar o título de maior exportador de café do mundo, em 1965, quando se exportou, nada menos que, 60 milhões de sacas. O Centro do Comércio do Café, que comandava essas exportações, precisava de uma sede própria, para fazer com que o mercado do café crescesse ainda mais na cidade. O Palácio do Café foi projetado para ser construído na Rua Mal. Arthur de Abreu, esquina com a Rua Dr. Leocádio.

Em 1958, se iniciou a construção do edifício. A imponente edificação foi inaugurada em 29 de julho de 1961, durante as comemorações dos 313 anos de Paranaguá, na gestão do Prefeito e Dr. Joaquim Tramujas. Foi realmente um grande acontecimento para a cidade. 

No último andar do edifício, segundo o relato de Luís Carlos Manso da Silva, que trabalhou no prédio, funcionavam diversas firmas. O IBC (Instituto Brasileiro do Café), ocupava vários andares. Na sobreloja, existia uma parte que pertencia a Jabur exportadora e a Freitas Comissária de café. Do 6° andar para cima funcionavam as agências de praticagem. E no último andar funcionava o elegante restaurante pertencente ao Italiano Luighi. Os principais eventos da gastronomia aconteciam neste local. O radialista, jornalista e também funcionário do extinto IBC, Amilton Aquim, nos relata a emoção que sentiu, fazendo a cobertura da inauguração do Palácio do Café.  Luís Carlos Manso da Silva também relata que o presidente do centro de comércio do café que viabilizou a construção foi o Dr. Nilson Neves, “um visionário da época”. 

Com a queda das exportações do café, por volta do final da década de 1970 e início da década de 1980, muitas das instituições bancárias e de comercialização do café, instaladas em Paranaguá, encerraram as atividades. Foi através da exportação do café que o Porto de Paranaguá projetou – se, como padrão de eficiência, no contexto internacional. Entretanto, o governo federal, movido pelas ocorrências das geadas que atingiram o Paraná, incrementou a política de transferência da cultura cafeeira para outros Estados da Federação. Por outro lado, a valorização do produto incentivou a plantação da Rubiácea em outros países. Consequentemente, sobreveio o inevitável declínio das exportações do café pelo Porto de Paranaguá. 

Bibliografia

FREITAS, Waldomiro. História de Paranaguá das origens à atualidade. IHGP: Paranaguá, 1999. 

Comemorações dos 367 anos de nossa cidade mãe do Paraná. Palácio do café. Folha do Litoral.  Paranaguá, 30 de julho de 2015.

Sônia Machado

Historiadora/ Membro da Diretora do IHGP, biênio 2023-2024