Comentou-se nos artigos anteriores sobre Hans Staden, William Michaud e Julius Platzman, para finalizar essa série traçaremos alguns dados sobre Reinhard Maack.
Reinhard Maack foi um incrível pesquisador, apaixonado pelo estado do Paraná. Nasceu em Herford, noroeste da Alemanha, em 2 de outubro de 1892. Faleceu em Curitiba, em 26 de agosto de 1969.
Chegou ao Brasil em 1923, retornou à Alemanha e, por fim, fixou-se no estado do Paraná, que considerava sua segunda pátria.
Foi geólogo de formação e em muito contribuiu com as teorias da deriva continental e do antigo continente Gondwana, para isso realizou expedições para a África.
Suas atividades concentraram-se nas áreas de geografia, hidrografia, cartografia e paleontologia. Trabalhou no Museu Paranaense, no Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas e foi professor da Universidade Federal do Paraná. Coordenou expedições científicas à Bacia do rio Ivaí, em 1927, e também ao longo do rio Tibagi, em 1930. Conquistou o Pico Paraná, na Serra do Mar, em 13 de julho de 1941, e fez sua medição, que foi de 1922 metros, sendo considerado o ponto culminante do estado do Paraná e do sul do Brasil. Seus trabalhos científicos obtiveram reconhecimento nacional e internacional.
Como todas as suas expedições e trabalhos foram metodicamente documentados em filmes e fotografias, deixou um importante legado ao Paraná em termos de registro de suas belezas naturais e também de sua destruição, quando as florestas foram substituídas aceleradamente por uma paisagem com pouquíssimos remanescentes originais, provocando a extinção de espécies da flora e da fauna.
Reinhard Maack foi um dos pesquisadores que mais alertou sobre a destruição dos ecossistemas e, àquela época, já previa o triste destino do Planeta. Publicou vários artigos e livros científicos, ficando aqui destacado o livro até hoje atual, Geografia Física do Estado do Paraná, utilizado por várias gerações de pesquisadores. Formou outros cientistas de grande relevância em nosso Estado, como por exemplo João José Bigarella.
Sem dúvida, independente da nacionalidade, quão importante é registrar e manter acervos históricos, pois somente conhecendo uma determinada região poderemos tomar decisões mais acertadas no ambiente em que vivemos.
Guadalupe Vivekananda Fabry
Presidente – IHGP