Tudo que nos envolve, desde a roupa até o comportamento, é um ato político, tem uma função política e social. Desde as mulheres que lutam, mulheres que choram. São as que dão duro por um pedaço de pão para seus filhos, as que clamam por espaço. Mulheres que riem e escondem a tristeza, ausentam-se de si mesmas para que haja respeito. Mulheres que seguram a responsabilidade de serem julgadas mais frágeis, mesmo quando são elas que passam pela dor do parto e são obrigadas a criar uma criança sozinha dentro de uma sociedade machista. Mulheres que se calam por medo de serem julgadas, mulheres que não podem gritar porque quando gritam são interpretadas como “loucas”.
É nesse contexto que vemos então como que ser mulher hoje é um ato político.
Quando nos assumimos mulher, estamos afirmando para a sociedade que há sim uma diferença entre nós e os homens, mas que nossos direitos deveriam ser tratados em uma esfera política igualitária e que o respeito mínimo necessário é a consideração de mulher como um sujeito não passível de violência. A partir do momento que assumimos o discurso de igualdade e equidade de gênero, estamos fazendo política e buscando mudar estruturas sociais desiguais e violentas.
Ser mulher é um ato revolucionário quando a realidade é injusta. Ser mulher é um ato de coragem quando a única opção que resta é ser forte. Enquanto todos silenciam, a mulher resolve gritar, enquanto todos a sufocam, a mulher resolve empoderar-se de um poder que já fora dada a elas desde sempre, mas só agora entendeu que a garganta foi feita para desatar os nós e nunca mais engoli-los.
Ao fazer política estamos mudando as engrenagens masculinas estabelecidas há muitos séculos que nunca abriram espaço para o sujeito mulher enquanto sujeito de direitos. Ao nos inserirmos na luta feminista estamos nos afirmando como um sujeito de direitos, igualdade social e não vítimas de violência!