Amarelinha, pique-bandeira, pega-pega…brincadeiras que parecem cada vez mais distantes das atuais gerações. Brincadeiras que divertem, auxiliam na socialização, desenvolvem a psicomotricidade e a imaginação e que ensinam as crianças a aceitar regras, superar derrotas e desafios e vibrar com as vitórias.
É cada vez mais raro vermos grupos de crianças brincando, colocando o corpo em movimento. No entanto, são inúmeros os estudos e autores que corroboram que os jogos e as brincadeiras são atos indispensáveis para a saúde física, emocional e intelectual das crianças.
Vygotsky, psicólogo russo, discorreu sobre o jogo da imitação e também conhecido como “Faz de conta”, uma brincadeira que privilegia as capacidades intelectuais da infância, promovendo o seu desenvolvimento.
Segundo ele, quando a criança foge do objeto concreto que possui em mãos e cria novos significados para tal, como por exemplo: quando uma criança imagina estar galopando em um cavalo ao brincar com cabo de vassoura ou estar navegando águas profundas em um navio feito de caixa de papelão, a criança cria referências da vida adulta, imitando comportamentos e formas de agir ainda não estabelecidos.
Esses comportamentos avançados, permitidos pelo jogo da imitação, fornecem à criança o desenvolvimento de atividades psicológicas complexas, como o pensamento abstrato, o processo de memorização, a fala específica, a criatividade, entre outros aspectos.
Para Vygotsky, é por volta dos 2 anos de idade que criança adquire a linguagem e passa, portanto, a ser capaz de utilizar a representação simbólica, libertando seu funcionamento psicológico dos elementos concretamente presentes.
A escola deve proporcionar aos alunos, não apenas no nível da Educação Infantil, momentos de ludicidade. É importante ressaltar, que o brincar pode acontecer de forma dirigida, com objetivos claros a serem alcançados ou apenas, o livre brincar. Ambos os momentos propiciam o desenvolvimento infantil.
Em casa, os pais também devem separar, diariamente, alguns minutos para brincar com seus filhos. Pois, estes momentos juntos, promovem além de aprendizagens, deixam marcas memoráveis da infância.