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Geração problema?

O desenvolvimento moral de crianças e adolescentes configura-se parte importante do futuro da nossa sociedade.

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O desenvolvimento moral de crianças e adolescentes configura-se parte importante do futuro da nossa sociedade. Frente ao acontecimento trágico da última semana e mediante as recorrentes ações de Bullying e violência escolar contra professores e alunos é frequente o apontamento de que os hábitos da juventude como: filmes de horror, jogos on-line de lutas e guerras e músicas sejam os principais vilões para estas manifestações violentas. O fato é que problemas sociais decorrem de uma somatória de fatores e há necessidade de olhar para os nossos jovens e crianças, não apenas em decorrência das tragédias.

É incontestável que o uso da internet mudou significativamente o mundo, resultando em comportamentos humanos também distintos. Estudos demonstram que crianças com idade entre 8 e 10 anos ocupam 8 horas de sua rotina diária com mídias eletrônicas (celular, televisão, vídeos, computador, música, internet e redes sociais, não incluindo conversas telefônicas e mensagens de texto), sendo ainda mais alarmante para os adolescentes que totalizam mais de 11 horas por dia.

A dependência de crianças e jovens em mídias eletrônicas causam na atividade cerebral os mesmos sintomas de pessoas dependentes em substâncias químicas. O cérebro atua em decorrência do prazer que o jogo ou outra atividade eletrônica proporciona, causando dependência, abstinência, recaída, modificação do humor, entre outros. Esses efeitos são particularmente relevantes na adolescência, pois durante este período da vida, os jovens tornam-se mais vulneráveis ​​às influências do ambiente externo. No entanto, nenhum estudo afirma que dedicar várias horas a jogos de violência fará do jogador um assassino em série e que o levará a cometer tais atos no mundo real.

A conclusão mais simples a ser observada mediante estas tragédias e aos comportamentos das crianças e jovens é que quanto mais tempo eles passam frente às telas, menor é o seu tempo de socialização, seja com os colegas ou com a própria família. Nós somos seres sociais, nosso cérebro evoluiu para conviver em sociedade e, se por este ou aquele fator, nós nos distanciamos desta condição biológica, teremos consequências.

E de modo a responder à pergunta título do texto, digo que não. Não é apenas a nova geração que está adoecendo. Os problemas que enfrentamos hoje não são apenas provenientes dos jovens. É preciso parar de querer encontrar culpados. Devemos agir em prol da mudança. Faz-se necessário mais diálogo familiar, interação presencial, olhar nos olhos, respeitar as diferenças, ter empatia com as dores alheias. Tudo começa com a Educação. A educação que vem de casa, onde os pais constroem junto com os filhos, a base sólida da sociedade.

 

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