Não é de hoje que os desafios da vida nos impõem comportamentos competitivos e estressantes.
Antes, nossa espécie lutava pela busca de alimentos e sobrevivência. Anos após, lidamos com guerras e pestes que dizimaram grande parte da população. Hoje, apesar das coisas aparentarem estar mais acessíveis e realmente estão, os desafios continuam. As dificuldades mudaram de nuances.
A busca incessante de um desempenho escolar e profissional cada vez mais satisfatório sobrecarregam nossas vidas, desencadeando, muitas vezes, transtornos psíquicos e comportamentos autodestrutivos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o transtorno de ansiedade (TA), caracterizado por uma excessiva preocupação com acontecimentos futuros e uma antecipação exagerada de pensamentos que afetam o comportamento do indivíduo, atingem um total de 18 milhões de brasileiros. Nosso país, infelizmente, é campeão nos números dessa desordem, com 9,3% da população afetada.
O transtorno de ansiedade tem grande prevalência na infância e na adolescência. A região Sudeste do Brasil diagnosticou 4,6% da população infantil com TA, enquanto que, entre os adolescentes, o percentual se elevou para 5,8% (MAIA; ROHDE, 2007). A região Sul, por sua vez, registrou os melhores índices de saúde mental e desempenho escolar entre crianças e adolescentes (VALENZA, 2010).
Apesar dos transtornos serem muito prevalentes na infância e na adolescência, afetando seu funcionamento familiar, social e escolar, não existe uma categoria específica para transtornos de ansiedade na infância descrita no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V).
Os transtornos de ansiedade de separação, de pânico, fobias específicas, fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse pós-traumático e transtorno de ansiedade generalizada desencadeiam uma série de alterações físicas, psíquicas e emocionais.
Ao final, podemos concluir que seja na infância, durante a adolescência ou mesmo na fase adulta, muitas são as situações estressoras que podem desencadear transtornos e dificuldades de atuação. Medidas diagnósticas e de tratamento tornam-se tão importantes quanto a busca do aperfeiçoamento emocional precoce.
Nós, enquanto pais e educadores, devemos ajudar nossas crianças a desenvolver habilidades emocionais que lhes permitam atuar de modo mais eficaz e saudável no decorrer de sua vida.
E, esse aprendizado inicia-se com o reconhecimento das emoções diárias, como elas surgem, por que elas surgem e quais as ações devo tomar diante delas. O diálogo, portanto, é essencial.