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Traição Política

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Desde os primeiros textos sobre o Relógio de Sol, vimos como o novo porto na antiga Enseada do Gato, Porto D. Pedro II, alterou o eixo do comércio marítimo paranaense ao retirar as atividades portuárias do Itiberê. A transferência do ancoradouro – de tão impactante na sociedade parnanguara – alterou o sentido do crescimento geográfico de Paranaguá, pois atraiu o desenvolvimento urbano para aqueles lados, resultando em longas avenidas ligando a cidade ao Porto D. Pedro II. No meio disto tudo, surgiu a Praça João Gualberto.

Durante a nova gestão de Paulo Cunha, as atividades portuárias continuaram crescendo, mas não por causa da prefeitura e sim devido à importância do porto na economia paranaense. Segundo o jornal “Diário do Paraná” de 31 de agosto de 1946, o Porto D. Pedro II receberia investimentos federais para seu “reaparelhamento mecânico” e o canal de acesso seria dragado. O mesmo jornal, em 22 de setembro, publicou sobre um carregamento recorde de erva-mate em Antonina e Paranaguá e, em 05 de outubro, informou que o Porto D. Pedro II receberia uma carga de açúcar pelo vapor “Pirineus” do Lloyd Brasileiro.

Enquanto as atividades portuárias continuavam muito bem, a política de Paranaguá permanecia conturbada: em outubro, o prefeito Paulo Cunha – nomeado por indicação do PDS – pediu exoneração do cargo (“Diário do Paraná”, 08/10/1946); Roque Vernalha tornou-se o novo prefeito, mas com indicação do PTB (“Diário do Paraná”, 28/10/1946). Até aí, tudo bem, pois a política é um jogo de poder entre os partidos e seria normal o sucessor vir indicado por um partido diferente do seu antecessor. Todavia, depois de nomeado, Vernalha abandonou o PTB e debandou para o PSD. Segundo um político do PTB, Aldo Silva, “deveria ao menos ter renunciado”. 

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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