A demora na finalização do novo prédio da Estação Ferroviária parece ter dissipado o desejo de comemoração dos parnanguaras e aparentemente não houve sequer uma festa de inauguração ou qualquer outro evento menor. Pelo menos é o que nos conta o historiador Edilberto Trevisan, em texto de 1972 (disponibilizado pelo IHGP). Segundo ele, não aconteceu inauguração formal da Nova Estação e o prédio simplesmente foi entregue sem cerimônia alguma no início de maio de 1922, mas, mesmo sendo utilizado pela população, ainda estaria incompleto. Não localizei nenhum jornal da época comentando a entrega do prédio, nem a inauguração ou mesmo o início de sua utilização, o que não deixa de ser estranho e reforça a afirmação de Trevisan.
Após a notícia da ampliação do prazo de finalização da obra no início de 1922, a próxima informação sobre a Nova Estação localizada nos jornais consultados é a respeito do relógio da fachada, que em meados daquele ano ainda não estava instalado (temos inclusive uma imagem da Nova Estação já em funcionamento, mas sem o relógio). Em junho, o jornal curitibano “Comércio do Paraná”, informou que o relógio encontrava-se em Curitiba, na relojoaria do senhor Reinaldo Tampiln (sobrenome está um pouco ilegível e não é possível ter certeza da grafia), situada à Rua Riachuelo. Todas as peças da máquina foram fundidas na capital paranaense e o relógio seria instalado na próxima semana. Como de costume, o prazo não se concretizou e a instalação demorou mais do que o planejado – chegaram a tapar o orifício onde a peça ficaria. Conforme nota do jornal “Diário da Tarde”, de 05 de julho, reabriram o buraco na Nova Estação e o relógio foi finalmente instalado, mas por três dias se negou a funcionar.
Por Alexandre Camargo de Sant’Ana