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Centro de Letras

Maternidade

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Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

Quando solteiras, as mulheres deveriam ser belas, educadas, agradáveis, cheirosas, bem arrumadas e divertidas. Todavia, além de agradar aos homens com sua presença, também precisavam mostrar que seriam mães e esposas dedicadas, pois após o casamento tudo deveria mudar e havia outro papel definido para elas: ser boa esposa, ótima mãe e responsável pela casa e pela saúde e higiene da família. 

No jornal local de 1913, encontramos uma longa matéria intitulada “A.B.C. das mães” com um pequeno parágrafo para cada letra do alfabeto explicando todas as benesses do “Aleitamento materno”, “o melhor e aquelle que mais contribui para diminuir a mortalidade infantil”. Bastaria amamentar de 3 em 3 horas até o primeiro mês e depois de 2 em 2, dando o seio por 5 a 10 minutos. No período noturno poderia haver um intervalo de 5 horas. Somente em último caso deveria ser dado leite de animais como “égua, jumenta, vaca ou cabra”, mas sempre misturado com água fervida. Ama de leite apenas se fosse “rigorosamente examinada”. No discurso normativo do jornal, “O maior orgulho de uma mãe é possuir um filho gordo, robusto, graças aos cuidados que lhe prodigalizou […] ministrando o seu leite. O verdadeiro sangue branco”. Nem mesmo a pobreza poderia ser desculpa para não cuidar dos filhos, pois “as casas de caridade auxiliam poderosamente as mães com os socorros de que necessitam”. Muitas “creanças não morreriam se as mães attendessem aos bons conselhos e procurassem instruir-se”. 

Cuidar dos filhos era inclusive uma questão patriótica e salvar “a infância que é o futuro da Pátria! […] é um dever social”. Finalizava com a lembrança de que “Zelando a saúde dos filhos dão às mães a maior demonstração da sua bondade e do seu amor”.

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