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Mataram Fernando um ano antes

O erro no cinquentenário de morte de Fernando Amaro ocorreu em pleno redescobrimento do poeta, quando ele estava no auge, era falado e...

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Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

O erro no cinquentenário de morte de Fernando Amaro ocorreu em pleno redescobrimento do poeta, quando ele estava no auge, era falado e comentado. Iniciou em 16 de agosto de 1906, após o jornal “A Republica” reproduzir uma carta pedindo a comemoração do 50.º aniversário da morte do primeiro poeta do Paraná. Falecido em 15 de Novembro de 1856, se não partisse tão cedo talvez conquistasse fama na literatura da pátria. O livro ainda não saíra e as poucas poesias continuavam dispersas, mas mostravam seu talento. Era hora de homenageá-lo. A carta gerou imediata campanha em Paranaguá e o “A República” comentou os eventos programados, dignos de serem imitados: sessão literária, livro com poetas locais e o nome de Fernando em uma rua. Paranaguá pagaria uma divida, pois ele deu fama à cidade. O artigo também mencionou o livro do poeta, que sempre diziam ser apreciável e brilhante, mas ainda sem patrocínio. A prefeitura decidiu criar a Praça Fernando Amaro no areal entre a estação ferroviária e o muro do cemitério da Capela Senhor Bom Jesus dos Perdões, antiga Santa Casa. Randolpho Veiga, responsável pela obra, trabalhava dia e noite para manter o prazo. Adauto Caminha o elogiou, mas afirmou ser necessário aplanar o terreno e providenciar boa arborização. A praça consumia muitos recursos e sem uma modernização não ficaria bonita. Os responsáveis pelo livro dos parnanguaras cobravam o envio das poesias, pois a impressão iniciaria logo. Além dos eventos oficiais, o ilustre Alberico Figueira, do jornal “A Luta”, palestraria no “Club Operário”. Em meio a tudo isso, ainda em outubro, a prefeitura descobriu que a data estava errada e as comemorações um ano adiantadas. Fernando Amaro morrera em 1857. O que fazer com a praça?

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