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Água

Mudar a velha Paranaguá não seria fácil

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Mudar a velha Paranaguá não seria fácil e havia muita coisa a resolver, principalmente porque a cidade não contava com rede de esgotos e nem água potável encanada. Além disso, sofria com ruas lamacentas, resultado do intenso trânsito de carroças (em janeiro de 1909, existiam apenas dois automóveis em Paranaguá). O rio Itiberê também não estava em boas condições, sedo descrito como assoreado, pantanoso e gerador de miasmas infecciosos. Caetano era prefeito e deputado, agindo ao mesmo tempo nas duas pontas para melhorar a cidade: via Legislativo, no início de 1908, doou a Cachoeira do Miranda e as terras em volta (na Serra do Prata), para serem usadas no fornecimento de água e na geração de energia hidrelétrica de Paranaguá; como prefeito, lançou ao final daquele ano, o Edital chamando empresas interessadas em assumir a produção e distribuição de eletricidade, a captação e fornecimento de água, além da instalação dos esgotos.

O contrato com a empresa escolhida só foi assinado em meados de 1909 e, segundo um jornal da época, Caetano teria sido exemplar, garantindo que não haveria exploração por parte dos empresários e nem prejuízos à população. Até mesmo o ex-prefeito Theodorico Júlio dos Santos, antigo líder da oposição, enviou um telegrama felicitando Caetano.

Em outubro de 1909, o projeto continuava no papel: a primeira equipe abriria uma picada em linha reta da Cachoeira do Miranda em direção à torre da Catedral; outro grupo alargaria e prepararia o terreno para instalarem o encanamento. Antes mesmo de iniciar as obras, a empresa desistiu da empreitada e o contrato passou a outro grupo empresarial, criado especificamente para aquele serviço. Quase três anos depois, ainda renegociavam as condições contratuais originais e a Prefeitura cedeu, assumindo a responsabilidade pela instalação dos esgotos.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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