Descer as ladeiras que convergem para Rua da Praia sempre foi um dos encantos dos apreciadores da beleza de nossa cidade, pois ao fundo o Rio Itiberê, belo e formoso, espelhado, nos propicia além do visual, aquela brisa (sempre na memória) que vem da Cotinga, um frescor que ameniza o calor infernal. A brisa é o nosso “split ecológico”.O barulho dos barcos, as conversas com sotaques, o verde do manguezal, o colorido dos Valadares. A passarela se mistura ao arco- Iris dos nossos sonhos!
O cheiro tradicional de café, da fritura da “banana recheada”, se incorpora ao ambiente com o não menos famoso pastel do Kubo.
O Mercado, o MAE e alguns casarões , testemunhas da nossa história, resistem ao tempo!
O “boi no telhado”, as grades centenárias, detalhes arquitetônicos de impressionante beleza, nos levam a um passeio imaginário e ao mesmo tempo real ao entorno da rua mais famosa da cidade! Esse é o charme.
Na Rua da Praia chegaram os primeiros navios, trabalhadores portuários, viajantes, desde os primeiros tempos era efervescente, movimentada, com cheiro de alcatrão dos lusos pioneiros.
O fruto do trabalho dos pescadores artesanais, as feiras de verduras e legumes deram lugar ao Mercado do Peixe e a bela praça que tanto muda de nome!
Mas é inegável, que ao darmos aquela caminhada de rara beleza, sempre vem na nossa percepção que apesar dos bares, hostal, empórios, artesanatos, faltava algo naquele local que nos desse mais uma opção de cultura!
Grata surpresa, no antigo sobrado, perto do Antoninho Sapateiro, casarios com suas escadas íngremes, como se fosse uma viagem ao Olimpo.
A casa “Samme Buffara” restaurada, funcionando um estabelecimento comercial de muito bom gosto, ajudou a emoldurar o largo do Itiberê, e formar junto com os demais estabelecimentos um vasto cardápio para parnanguaras e turistas, de onde se pode apreciar as saídas das canoas havaianas, barcos e canoas com seus motores estridentes…
E como é bonita a vista ! O Itiberê fica potencializado.
A ocupação com interesses turísticos mostra que temos uma predominância eclética e multicultural, como se no “Largo do Itiberê”, os poetas, escritores, artistas plásticos, curiosos, pensadores, e lunáticos sonhadores se reunissem para redescobrir a cidade.