“Não deixemos que nos roubem a esperança!” Para isso, partilho alguns pensamentos da Mensagem que os bispos do Brasil – CNBB – enviam às comunidades. Faço-o com simplicidade, destacando o que possa favorecer o diálogo com todos, pois o bem comum requer cada vez mais a nossa união.
A pandemia da Covid-19 não só alterou nossas rotinas, mas revelou outras enfermidades do nosso tempo, “causando grande impacto num já fragilizado sistema de saúde, na seguridade social, nos sistemas produtivos, na educação, na vida familiar, social e religiosa em geral”. Nesse sentido, alerta do Papa Francisco, na sua Carta Encíclica Fratelli Tutti sobre a fraternidade e a amizade universal: “a tribulação, a incerteza, o medo e a consciência dos próprios limites, que a pandemia despertou, fazem ressoar o apelo a repensar os nossos estilos de vida, as nossas relações, a organização das nossas sociedades e, sobretudo, o sentido da nossa existência” (FT 33).
Houve uma renovada perseverança na caridade. “Multiplicaram-se as redes de solidariedade em defesa da vida. Por isso, foi colocada em prática a ação solidária “É Tempo de Cuidar”, voltada a atender demandas de primeira necessidade das pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social no contexto da pandemia. Unidos a outras entidades da sociedade civil, estamos buscando concretizar o Pacto pela Vida e pelo Brasil, conclamando toda a sociedade para que, nesse tempo de pandemia, ninguém seja deixado para trás”.
Retomamos na Mensagem algumas intuições/provocações do Papa Francisco: “precisamos escutar o clamor das famílias, trabalhar por uma economia ‘mais atenta aos princípios éticos’ (FT 170), oferecer uma política melhor, sem desvios na garantia do bem comum, propor uma educação humanista e solidária, comprometidos na permanente construção da democracia. É urgente combater o racismo que se dissimula, mas não cessa de reaparecer (FT 20). Queremos assegurar a vida desde a concepção até a morte natural, preservar o meio ambiente e trabalhar em defesa das populações vulneráveis, particularmente indígenas e quilombolas. Preocupa-nos o crescimento das várias formas de violência, entre elas, o feminicídio. ‘Cada ato de violência cometido contra um ser humano é uma ferida na carne da humanidade; cada morte violenta nos diminui como pessoas’ (FT 227). Portanto, “queremos crescer nesse tempo difícil, empenhados em remover as desigualdades e sanar a injustiça. A humanidade aguarda uma vacina que, distribuída com equidade, possa ajudar a garantir a vida e a saúde para todos”.
Reconhecemos, enfim, que é preciso agradecer e rezar. Agradecer aos incansáveis profissionais da saúde, professores, cuidadores e a todos que atuam em serviços essenciais. Agradecer, igualmente, aos presbíteros, diáconos permanentes, consagrados e consagradas, leigos e leigas de nossas igrejas. Desse modo, todos “se sintam encorajados”. Rezar pelos que morreram neste tempo e por suas famílias.
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