No ano passado, volume de importações nos portos de Paranaguá e Antonina foi de 53,2 milhões
A empresa pública Portos do Paraná, responsável por gerir o Porto de Paranaguá, que comemora seus 85 anos, divulgou à Folha do Litoral News um balanço exclusivo que mostra os recordes obtidos no terminal portuário da cidade-mãe do Paraná, bem como detalhando a mescla de commodities que faz com que o Porto seja um alicerce econômico nas exportações e importações realizadas no Brasil. Em 2019, uma marca histórica foi superada na movimentação geral, com o volume total de importações e exportações de Paranaguá e Antonina que chegou a 53,2 milhões de toneladas; 0,3% a mais que o registrado em 2018. Entre os fatores para o índice positivo estão as melhorias contínuas na eficácia da programação dos navios e na logística das operações, transporte e armazenagem, de uma maneira geral, segundo a Portos do Paraná.
Segundo a assessoria da Portos do Paraná, 62,6% da movimentação total de 2019 é de exportação: 33,3 milhões de toneladas, sendo que o restante, 37,4%, é de importação: 19,9 milhões de toneladas de produtos. "Os granéis sólidos representam mais de 65% das movimentações de 2019, com 34,92 milhões de toneladas importadas e exportadas. Na importação, os principais produtos são fertilizantes com quase 9,43 milhões de toneladas movimentadas. As principais origens do fertilizante importado pelos portos de Paranaguá e Antonina são Rússia, China, Canadá e Estados Unidos. O Porto de Paranaguá é o primeiro do País na importação do produto", completa.
Carga geral
Segundo a Portos do Paraná, o segundo segmento que mais movimentou cargas no ano passado foi o de carga geral. "Mais de 11,34 milhões de toneladas foram registradas nos dois sentidos de comércio. Este volume é puxado pelas cargas que chegam e saem em contêineres pelo Porto de Paranaguá", explica. O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) em 2019 movimentou 867.185 TEUs. "Quase a metade para a importação e exportação. O volume registrado no ano passado é 13% maior que o de 2018 (769.908 TEUs)", acrescenta, destacando que o ramo de veículos teve destaque. "Em 2019, por Paranaguá, foram 135.293 carros movimentados, 7% a mais que a quantidade de 2018, 127.017 unidades", diz.
Líquidos
Os granéis líquidos, com mais de 6,9 milhões de toneladas exportadas e importadas pelo Porto de Paranaguá, também tiveram destaque no ano passado. "Nas exportações, os principais produtos são os óleos vegetais, 659.896 toneladas. Nas importações, destaca-se o volume de derivados de petróleo, com 4 milhões de toneladas. Os demais portos públicos do Brasil ainda não divulgaram os dados do fechamento anual de 2019. Até o momento, considerando as últimas estatísticas da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o Porto de Paranaguá é segundo em movimentação de cargas, atrás apenas do Porto de Santos", acrescenta.
Soja
Segundo a assessoria, o Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá fechou 2019 com mais um recorde na movimentação dos granéis sólidos. "Juntos, no ano, os dez terminais que compõem o complexo exportaram mais de 20,23 milhões de toneladas de soja e milho, em grão e farelo. O volume alcançado registra mais uma marca histórica, superando em quase 2,4% o número de 2018 – de 19,76 milhões de toneladas", explica. "Soja em grão foi o principal granel exportado pelo Porto de Paranaguá. Em 2019, apenas pelo Corredor de Exportação mais de 10,6 milhões de toneladas do produto foram exportadas, principalmente para a China – que recebeu mais de 89% do produto que saiu do porto paranaense", complementa, destacando que o Porto de Paranaguá é o terceiro maior exportador da commodity, atrás de Santos e Rio Grande.
Milho
Os três berços do corredor de exportação exportaram um volume de milho de 5,36 milhões de toneladas no ano passado. "Os principais destinos são o Irã (42%), o Japão (29,7%) e a Coreia do Sul (7,1%). O Porto de Paranaguá é o segundo principal exportador de milho do País, atrás apenas do Porto de Santos", explica a assessoria.
Farelo de soja
O corredor exportou o total de 4,19 milhões de toneladas de farelo de soja em 2019. "Os principais destinos do produto foram Holanda (25,69%), França (17,67%) e Coreia do Sul (15,28%). O Porto de Paranaguá é também o segundo principal exportador de farelo de soja do País, atrás apenas do Porto de Santos, por um milhão", informa a Portos do Paraná.
Fertilizantes
"Os gastos com sobre-estadia (demurrage) na importação dos fertilizantes pelos portos do Paraná foram 43% menor em 2019. Os dados foram divulgados pelo Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos). No ano, o setor economizou US$ 20,39 milhões", detalha a assessoria, ressaltando ainda que a redução mais significativa na sobre-estadia dos navios foi no cais público comercial. "O valor pago em demurrage foi 51% menor nas operações pelos berços 208, 209 e 211, em 2019. Foram cerca de US$ 21,6 milhões a menos. No ano passado, o setor pagou cerca de US$ 20,4 milhões em sobre-estadia dos navios. Em 2018, esse valor era de R$ 42,07 milhões", complementa.
Carne bovina
Em 2019, as exportações de carne no terminal subiram 17,58%, com movimentação de mais de dois milhões de toneladas. "Com as medidas do Ministério da Agricultura que reforçam o reconhecimento do Paraná como área livre de peste suína clássica e que abrem caminho para o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, o setor produtivo espera movimentar ainda mais a partir deste ano", informa, destacando ainda que o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços demonstrou que a carne que mais apresentou aumento na comparação entre as exportações dos dois últimos anos foi a bovina, que cresceu 64,5%.
Carne suína
Houve aumento de 23,22% na exportação de carne suína em 2019 comparando com 2018. "No ano passado, o volume exportado foi de 100,67 mil toneladas, colocando o terminal paranaense na terceira posição entre os portos do País na operação desse produto. As exportações de carne suína pelo Paraná representam 11,4% do total exportado pelo País. Os principais destinos são Hong Kong, China, Cingapura, África do Sul e Vietnã", detalha.
Frango
Segundo a Portos do Paraná, houve aumento de 12,5% na exportação de frango em 2019, valor 12,5% superior ao movimentado em 2019. "O Porto de Paranaguá segue sendo o líder nacional, respondendo por mais de 42% das exportações nacionais do produto. Em 2019, um pouco mais de 1,65 milhão de toneladas de carne de aves foram enviadas principalmente para China, Japão, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Hong Kong", ressalta a assessoria.
2020
Segundo a Portos do Paraná, nos dois primeiros meses de 2020 deve ser registrado um aumento na casa dos 7,3 milhões de toneladas em movimentação (os dados de fevereiro ainda não foram consolidados). "Em janeiro, o destaque foi da movimentação dos líquidos e do Terminal de Contêineres de Paranaguá. Os Portos de Paranaguá e Antonina movimentaram 3,44 milhões de toneladas de carga nos primeiros 31 dias do ano. Janeiro foi um mês de alta nos volumes de carga geral e granéis líquidos, tanto importação quanto exportação. Os terminais paranaenses apostam na diversificação de cargas e tiveram destaque no embarque de açúcar em saca, contêineres, óleo vegetal e derivados de petróleo", explica a Portos do Paraná.
Cerca de 55% da movimentação geral da Portos do Paraná (1,9 milhão de toneladas) advém dos granéis sólidos. "No entanto, os maiores crescimentos são em embarques e desembarques de granéis líquidos (25% na comparação com o mesmo mês do ano anterior) e de carga geral (aumento de 19% no período)", detalha.
Somente na TCP, a movimentação de contêineres teve um aumento de 29% em janeiro de 2020 em comparação ao mesmo período em 2019. Foram movimentados 84.601 TEUs (unidade de medida equivalente a 20 pés) movimentados em 31 dias, algo que é um recorde histórico. "Além da marca alcançada, também chama a atenção a diversidade das cargas movimentadas nos contentores", completa.
Em contêineres, o produto mais movimentado via Paranaguá é o frango congelado, que somente em janeiro registrou a exportação de 134.142 toneladas, valor 11% superior a janeiro de 2019. "Na sequência, estão madeira (quase 51 mil toneladas), papel (31 mil toneladas), celulose (28,7 mil toneladas) e carne bovina congelada (quase 21 mil toneladas)", detalha.
Granéis sólidos também são produtos tradicionais para exportação via Portos do Paraná, algo que é feito em maior quantidade via contêineres. "Somente em janeiro, o volume de milho ultrapassou 8,1 mil toneladas exportadas, 250% a mais que o registrado em janeiro de 2019 (pouco mais de 2,3 mil). O volume de farelo de soja exportado em contêineres em janeiro de 2020 cresceu 207%, somando 736 toneladas, contra as 240 toneladas no primeiro mês do ano anterior. De açúcar, foram 6,2 mil toneladas conteinerizadas, 3% a mais que as 6 mil toneladas no mesmo período de 2019", informa a Portos do Paraná.
Palavra do diretor-presidente
De acordo com o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, a movimentação e a produtividade alcançadas em 2019 são resultados de um trabalho muito focado e alinhado entre a autoridade portuária e os clientes, usuários.
"O esforço foi em reorganizar o fluxo, alinhar as regras e a atuar com o máximo de eficiência conjunta entre a equipe da Diretoria de Operações da Portos do Paraná e a dos operadores. É nosso dever, cada vez mais, aprimorar nossa condição operacional, que reflete também na administração. Hoje somos referência em gestão portuária, tanto que o Governo Federal reconheceu os nossos portos como os melhores do Brasil em governança. Em agosto de 2019, fomos os primeiros portos a receber autonomia de gestão. Ainda somos os únicos", acrescenta.
O gestor salienta a importância do programa de dragagem de manutenção forte realizado em Paranaguá. "Vamos investir na melhoria operacional para que a matriz modal tenha maior participação do transporte ferroviário. Estamos finalizando projetos e obras para os acessos rodoviários, bem como vamos inaugurar, em 2020, a expansão e modernização do cais oeste. Além disso, temos seis novas áreas para futuros arrendamentos", explica o diretor-presidente.
"Temos tudo para repetir neste e nos próximos anos o sucesso e os resultados que alcançamos em 2019. Somos muito competitivos. Queremos manter isso e ofertar cada vez mais qualidade, levando custos logísticos de modo a garantir o ganho do setor produtivo do Estado, sem esquecer de contribuir com o desenvolvimento dos municípios que nos acolhem. Pois se o Porto vai bem, a cidade também vai", finaliza Luiz Fernando da Silva.