PRF apreendeu 52% mais drogas no 1.º semestre

Nesta semana, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou balanço de apreensão de drogas, apontando que no primeiro semestre de 2018 foram apreendidas 26,6 toneladas de entorpecentes. Segundo a PRF, o resultado equivale a um aumento de 52% em relação ao mesmo período de 2017, quando apenas 17,5 toneladas foram apreendidas. A maior parte das drogas é crack e cocaína, somando às apreensões realizadas em Paranaguá e litoral, principalmente de cocaína.

A apreensão mais recente da PRF envolvendo Paranaguá foi de 800 quilos de cocaína no dia 22 de junho. A operação foi realizada em São José dos Pinhais no período da manhã, quando policiais perceberam o transporte da droga em um fundo falso de uma van Renault Master, que tinha adesivos no seu exterior de fachada dizendo que era para transporte de pães. Os agentes da PRF desconfiaram do motorista que demonstrou nervosismo na abordagem e, em vistoria posterior, flagraram mais de 700 tabletes de cocaína. O veículo estava vindo de São Paulo e tinha como destino Paranaguá, de acordo com o motorista de 37 anos.  Esta ação é somada a  todas as outras que totalizaram o balanço positivo de apreensão de entorpecentes em todo o Paraná neste primeiro semestre.

PRF apreendeu em junho mais de 800 quilos de cocaína em "van de pães" que estava em São José dos Pinhais e tinha como destino Paranaguá  (Foto: PRF)

“As apreensões de cocaína e crack mais que quadruplicaram. O total apreendido de cocaína saltou de 624 quilos para 3.024 quilos. E o crack, de 64,8 quilos para 294,5 quilos. Já o total de maconha passou de 16,8 toneladas para 23,3 toneladas – uma alta de 38,7%. A maior apreensão foi registrada pela PRF em Alto Paraíso, na região noroeste do Paraná, no último mês de janeiro, quando 7,2 toneladas de maconha foram apreendidas”, informa a assessoria da Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com a PRF, de janeiro a junho de 2018, as equipes da PRF apreenderam também cerca de 8,3 milhões de carteiras de cigarro no Paraná, montante praticamente idêntico ao do primeiro semestre de 2017 e que também configura crime.  Além disso, “a Polícia Rodoviária Federal apreendeu ainda 84 armas e 8.574 munições ao longo dos primeiros seis meses de 2018”, explica a assessoria.

“Ao longo de todo o ano passado, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 53,1 toneladas de drogas, 21,6 milhões de carteiras de cigarro, 277 armas de fogo e mais de 42 mil munições no Paraná”, finaliza a PRF, destacando o aumento de apreensões neste primeiro semestre de 2018.

PARANAGUÁ E REGIÃO

Além da PRF, a Polícia Federal (PF), a Receita Federal e a Polícia Civil estão atuando constantemente em Paranaguá e no litoral contra o tráfico de drogas, algo que influencia positivamente em grande montante apreendido de entorpecentes em todo o Paraná. Segundo o delegado-chefe da Polícia Federal em Paranaguá, Gilson Micoski Luz, a apreensão contínua de cerca de três toneladas de cocaína em Paranaguá e região  somente no último mês colocam o município e o Porto de Paranaguá na rota do tráfico internacional da droga. “Certamente, a insistência em direcionar o tráfico para o Porto de Paranaguá demonstra exatamente isso, ou seja, que o Porto de Paranaguá é rota para o tráfico internacional de cocaína”, explica.

Delegado-chefe da Polícia Federal em Paranaguá, Gilson Micoski Luz, destaca que importância de apreensão é imensa no combate à criminalidade e em prol da saúde pública da sociedade 

Segundo o delegado da PF, Gilson Luz, a importância das apreensões de cocaína em Paranaguá, bem como de entorpecentes em todo o Paraná, é imensa. “Isto em razão de vários motivos, que vão desde a simples retirada do entorpecente de circulação, o que beneficia a saúde pública, até o caráter pedagógico, posto que reposição da carga levará os traficantes a iniciar uma nova movimentação logística para reposição do ‘produto’ fator o qual, apenas considerado o atraso na exportação ilícita, já beneficia a sociedade de uma maneira geral e pode diminuir ou até mesmo acabar com o tráfico no local”, explica Luz.

INQÚERITO

“No que tange às últimas apreensões, foram realizadas pela Receita Federal, a qual, mediante o método de escaneamento da carga e detecção de comportamentos suspeitos no porto, conseguiu identificar os pontos contaminados. A partir dessas apreensões, poderá a Polícia Federal, por meio dos inquéritos policiais gerados, verificar a cadeia de custódia e, seguindo os métodos normais de investigação, detectar e impedir novas cargas de entorpecentes, ainda antes da exportação”, especificando principalmente as apreensões realizadas no Porto de Paranaguá.

Após a apreensão, segundo o delegado, a Polícia Federal atua mediante a instauração de inquérito policial, “no qual será verificada toda a cadeia de custódia do entorpecente, bem como as relações estabelecidas para que o evento ilícito ocorresse da forma como ocorreu”, completa. Segundo Gilson Micoski Luz, a atuação contra o tráfico de drogas é uma das atribuições da Polícia Federal que constam no artigo 144 da Constituição Federal, visto que o combate é ilícito é imperativo. 

“Ainda, visto como uma questão de saúde pública, o tráfico de drogas tem aumentada sua importância no que diz respeito à repressão, mas, também, à prevenção”, informa o delegado da PF. Ele ainda acrescenta que a Constituição afirma que a Polícia Federal possui a função não só de prevenir, como de reprimir o tráfico. “Essa prevenção, por sua vez, precisamos repensar não somente do ponto de vista policial, mas educacional. Nesse sentido, os servidores da Polícia Federal são incentivados a realizar um trabalho pedagógico nas escolas, mediante palestras a estudantes, nas quais são repassados os efeitos nocivos das drogas. Talvez, mais do que combater o tráfico, esse seja o melhor caminho, qual seja, o da educação”, finaliza Gilson Luz. 

Infográfico da PRF comparando apreensões de drogas no primeiro semestre de 2018 e de 2017 (Arte: PRF)

*Com informações da PRF