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Polícia

46 pessoas são presas em megaoperação conjunta no litoral do Paraná

Houve a apreensão de cerca de mais de 25 quilos de drogas, três armas de fogo, munição, máquinas caça-níqueis, entre outros.

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Uma megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar contra o tráfico de drogas foi deflagrada na quarta-feira, 6, no litoral do Estado. Aproximadamente 240 policiais foram para as ruas cumprir quase 100 mandados judiciais. São 45 ordens de prisão e 44 de busca e apreensão. Mais de 10 diferentes quadrilhas que atuam nas cidades do litoral do Paraná são alvos da “Operação Tellure”.

Os coordenadores da Operação concederam na tarde de ontem, 6, às 15h, nas dependências da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap) uma entrevista coletiva repassando os últimos números da ação policial.

Delegado adjunto e operacional da 1.ª SDP, Nilson Diniz, fez um balanço da operação. “Foi muito positivo. Foram presas 46 pessoas envolvidas diretamente com o tráfico ilícito de entorpecentes no litoral do Estado. Especificamente em Paranaguá, Pontal do Paraná e Matinhos. São pessoas que fora de circulação vão trazer como reflexos a redução de outros índices criminais, delitos decorrentes do tráfico de drogas, como furtos em residências, roubos e, em especial, os homicídios, que nesta metade do ano estão com números elevados. E como é notório, 90% destes homicídios possuem vínculo direto com o tráfico de drogas. Com esta repressão efetiva realizada pelas Polícias Militar e Civil, o efeito no número de homicídios será drástico com certeza”, destacou Diniz, que também comentou sobre as apreensões realizadas.

“Também foram apreendidos aproximadamente 25 quilos de entorpecentes, três armas de fogo, munição, material para embalagem e para acondicionamento de substância entorpecentes, caracterizando que de fato estávamos diante de traficantes de drogas, além de outros elementos vinculados a outras infrações penais, como produtos de roubos e furtos, que foram apreendidos. Esses elementos vão auxiliar em uma eventual condenação destes indivíduos ao final do processo que será conduzido pela comarca de Paranaguá”, completou.  

O delegado chefe da 1.ª SDP, Rogério Castro, falou da origem de operação.

“A origem da Operação Tellure deu-se em função dos índices que estávamos absorvendo de criminalidade não só em Paranaguá, mas também no litoral. As investigações surtiram resultados, mas não foi aquilo que esperávamos. Com base nisso, resolvemos junto com a Polícia Militar reunirmos estas investigações para combatermos de forma única. Delegacia de Pontal do Paraná, Delegacia de Matinhos, 1.ª Subdivisão de Paranaguá e 9.º Batalhão de Polícia Militar, todos em forças unidas, pois víamos que com toda a repressão policial esta criminalidade não cedia. Com isso, se originou a Operação ‘Tellure’. Esta identificação das quadrilhas não é estanque e não é isolada, por isso não tínhamos a ideia da dimensão que isso teria no começo. Depois vimos e começamos a entender durante as investigações, como as coisas estavam funcionando a ‘engenharia’ destas quadrilhas de tráfico de drogas aqui no litoral. Consequentemente, tivemos a surpresa de termos uma operação desta dimensão, cuja realização só ia ser possível com o apoio maciço de policiais. Por isso foi fundamental que outras unidades das Polícias Civil e Militar nos ajudassem no cumprimento efetivo destes mandados, para que tivéssemos o resultado que tivemos”, destacou Castro, enfatizando que a operação segue. “Gostaria de externar a minha satisfação em ter participado desta operação com policiais civis e militares, com qualidade empenho e dedicação que todos demostraram. Se o crime pode ser organizado, a polícia também pode, e temos nesta luta companheiros de muito valor, temos o Ministério Público, que avaliou todas as buscas, um juiz de direito, que chancelou todas elas. Absolutamente todos os mandados pedidos foram deferidos, e isso demostra qualidade na investigação tanto da Polícia Militar quanto da Civil que trabalharam com afinco nisso. E dentro destes atores da luta contra o mal temos a população. Se a polícia se une e temos ao nosso lado o Ministério Público, o Poder Judiciário e a população, o crime não terá sucesso aqui”, finaliza.

O comandante do 9.º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Rui Noé Barroso, falou da participação da Polícia Militar na operação.

“Em função da grande envergadura desta operação, não só diante do número de domicílios que seriam cumpridos os mandados, precisamos contar com o apoio de outras unidades de Curitiba, unidades especializadas, como o Batalhão de Operações Especiais e Rotam. E a respeito da abrangência, não só Paranaguá, mas também Pontal do Sul e Matinhos, isso nos capacitou de que em forma conjunta com a Polícia Civil cobríssemos todos estes alvos com mandados judiciais em desfavor, de modo que a abrangência foi total e os números foram reflexos desta operação”, destacou o comandante do 9.º BPM.

INVESTIGAÇÃO

A investigação conduzida pela 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá aponta para a participação de integrantes de uma facção que age dentro e fora dos presídios que exerce o comando do tráfico de drogas nos municípios do litoral paranaense.


Onze dos mandados de prisão são contra criminosos já presos e que comandavam o tráfico de dentro das prisões, usando para isso os próprios familiares.

Entre o material apreendido estão celulares, arma, balanças de precisão e máquinas caça-níqueis

A investigação, que durou oito meses, teve início após um trabalho conjunto de inteligência da Subdivisão e do 9.º Batalhão da PM que identificou a ação de traficantes.


Quinze mulheres também foram alvo das ordens judiciais e foi exatamente a investigação a respeito da atuação criminosa de uma delas, que assumiu o ponto de venda de drogas após o companheiro ser preso, que culminou na megaoperação batizada como Tellure.

NOME DA OPERAÇÃO

O nome é derivado do latim “tellur” que significa terra, numa referência à cidade de Paranaguá.
Além do tráfico de drogas, com atuação em todo o litoral do Paraná, a polícia suspeita que a comercialização de entorpecentes não é a única atividade das quadrilhas investigadas. A polícia tem indícios que estas organizações criminosas tenham envolvimento em outros crimes, como contrabando de cigarros, de armas e até assassinatos nos municípios do litoral paranaense.

Participam da ação, policiais civis da 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Tático Integrado Grupos de Repressão Especial (Tigre), unidades de elite da Polícia Civil, da Divisão de Narcóticos (Denarc) e também militares do 9.º Batalhão da Polícia Militar, do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e da RONE (Rondas Ostensivas de Natureza Especial) – ambas de elite da PM.

CONFRONTO

Durante a Operação Tellure, uma morte foi registrada. Ela aconteceu no balneário de Ipanema em Pontal do Paraná. Jackson Luis Conceição dos Santos, de 22 anos, estava em uma pousada, que era alvo de um mandado de busca e apreensão e reagiu à abordagem de uma equipe da Polícia Militar.

De acordo com informações repassadas pela coordenação da operação, Conceição, que tinha várias passagens pela polícia e estava usando tornozeleira eletrônica, apontou uma arma para os militares e efetuou um disparo na direção da equipe, no revide, ele foi alvejado por dois tiros, que atingiram o tórax. Uma equipe do SAMU foi até o local, mas o rapaz não resistiu aos ferimentos e morreu. Depois da perícia realizada pela Criminalística, o corpo foi recolhido ao IML de Paranaguá. Ao verificar o sistema de informações da SESP – Secretaria Estadual de Segurança, os policiais constataram que contra Conceição havia um mandado de prisão em aberto.

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