As eleições municipais realizadas no domingo, 2, em todo Brasil serviram para acabar com qualquer resquício do discurso de golpe e decretar de vez o fim política do “nós contra eles”, pregada com tanto afinco pela esquerda mais extremista do país. As urnas, de maneira incontestável, confirmaram que os brasileiros buscam alternativas em relação ao modelo de gestão populista, economicamente irresponsável e marcado por desvios de conduta adotados pelo PT e seus aliados.
Basta uma rápida análise nos números das eleições municipais para perceber a mudança. Enquanto o PSDB, que sempre foi o principal opositor ao governo petista, alcançou a marca de 17,6 milhões de votos (um aumento de 27% em quatro anos) e apresentou o melhor resultado de sua história, com um crescimento de 13,8% no número de prefeitos (saiu de 695 para 792 – e pode alcançar 811 dependendo do resultado do segundo turno em 19 cidades), o PT amargou uma queda de 59,4% (entrou na eleição com 630 prefeituras e terminou com 256).
O PT, que em 2012 era o terceiro partido com maior número de prefeituras, caiu para a décima posição. No legislativo o cenário não foi diferente e o partido de Lula, Dilma, Zé Dirceu e Gleisi apresentou uma queda de 44,8% (de 5.067 para 2.795). Para título comparativo, o PSDB obteve um crescimento de 4,1% (de 5.146 para 5.355). No Paraná o desempenho do PT seguiu o exemplo nacional e só conseguiram eleger 10 prefeitos nas 44 candidaturas que tiveram, sendo que em Curitiba o candidato petista ficou na sexta posição e elegeram apenas um vereador.
A gigantesca queda que sofreram mostra que o PT paga o preço do seu projeto de poder, que abusou da confiança dos eleitores e levou o Brasil a uma crise sem precedentes. Marcado por um irresponsável intervencionismo econômico, corrupção sistêmica e interesses políticos, o modelo petista foi enterrado por milhões de votos e ficará no passado, mas serve de aviso para os políticos de que a população exige mais comprometimento e seriedade na gestão do poder público.
A definição dos próximos representantes do executivo e legislativo municipal abre caminho para o fortalecimento do diálogo entre as esferas públicas e a população, bem como permite a possibilidade de novos projetos e parcerias com a iniciativa privada para começar a reverter o quadro de desemprego, inflação e recessão econômica deixada pelo governo Dilma Rousseff.
É inegável que a recuperação do país passa, necessariamente, pelo fortalecimento estrutural e social dos municípios, que nos últimos 14 anos sofreram com cortes de recursos e excesso de atribuições repassadas pelo governo federal. É um cenário que precisa mudar e os brasileiros deram o primeiro passo nas urnas, cabe agora aos representantes eleitos darem continuidade a esse processo.
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