Geralmente quando falamos sobre inovação, automaticamente vinculamos ao conceito de criação de algo que irá mudar a realidade de como executamos as coisas. Porém, inovar não implica necessariamente em criar, mas também aprimorar aquilo que já existe ou transformar em outra coisa que venha a melhorar serviços, ações e projetos.
Ao longo dos últimos anos visitei diversas empresas, entidades sociais, sindicatos, projetos comunitários, cooperativas e eventos de agronegócios, onde tive a oportunidade de conhecer boas práticas, modelos de gestão e novas tecnologias promovidas pela iniciativa privada, terceiro setor e poder público.
Cada um desses trabalhos possui potencial para ser adaptado em outro município, região ou comunidade, apresentando novas alternativas e opções para a inovação tecnológica, organizacional, de processo, serviços e produtos.
A constante busca pelo aperfeiçoamento de nossas atividades sempre será um indutor de avanços para a sociedade e neste quesito as esferas e representantes públicos, por terem contato constante com diferentes segmentos, precisam assumir um papel cada vez mais ativo e de articulação para a disseminação da inovação.
Exemplos relacionados a isso são abundantes e podem ir desde apresentar modelos de gestão até o aprimoramento da legislação e formalização de convênios. Citando uma situação simples, no ano passado estive no Lar do Menor Siqueirense, em Siqueira Campos, que arrecada cerca de oito mil reais por mês por meio do programa Nota Paranaense. Um modelo de gestão que gera receita livre e que apresentei para outras entidades do estado, que se interessaram e organizaram para também buscar essa nova fonte de recurso.
Na gestão pública essa troca de ideias também é fundamental e permite o desenvolvimento de novas e efetivas políticas públicas. Nesse sentido, apresentei em diversos municípios a Lei Municipal de Incentivo ao Esporte de Curitiba, que capta recursos do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e investe em atletas e instituições sociais, bem como falei sobre parcerias com a iniciativa privada, como a que realizamos para a implantação de Estações de Ginástica e Alongamento em Curitiba, que foram feitas sem custo para o município em troca de espaço publicitário. Modelos simples de serem adaptados e que trazem grandes benefícios para as comunidades.
Somado a isso, é preciso buscar ampliar e fortalecer diálogo junto à iniciativa privada, que resulta em projetos como a Lei de Inovação, sancionada no Paraná em 2012 e que prevê a participação do Estado em fundos de investimentos e concessão de benefícios para empresas paranaenses cuja atividade principal seja a inovação tecnológica. Um estímulo para o mercado que gera avanços nos serviços desde o pequeno produtor até grandes indústrias.
Em um período de crise econômica, é cada vez mais relevante que bons projetos, novas tecnologias e iniciativas sejam divulgados e levados a diferentes municípios e segmentos. Articular e disseminar a inovação possui um papel determinante na economia de recursos, aperfeiçoamento dos serviços e ampliação da oferta de atendimento em todos os setores, resultando em mais oportunidades para a melhoria da qualidade de vida da população.
Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)