Marcello Richa

Atenção ao idoso

Em 2011, durante minha primeira gestão na Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) de Curitiba, ajudamos a sediar o 11.º Seminário Internacional sobre Atividades Físicas para a 3.ª Idade (SIAFTI).

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Em 2011, durante minha primeira gestão na Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) de Curitiba, ajudamos a sediar o 11.º Seminário Internacional sobre Atividades Físicas para a 3.ª Idade (SIAFTI). Totalmente estruturado para estimular o diálogo, o evento foi uma verdadeira aula de boas práticas, planejamento de ações e debate sobre os aspectos fisiológicos do envelhecimento e os benefícios de uma vida ativa e saudável.

Conhecer experiências de sucesso implantadas em outros municípios, estados e até mesmo países sem dúvidas contribuíram muito para que construíssemos um planejamento diferenciado para este segmento em Curitiba. Em uma época que a pirâmide etária do Brasil começa a demonstrar uma mudança, com previsão de triplicar o número de idosos até 2050, promover ações sistemáticas e descentralizadas com foco na terceira idade é um caminho natural e que sem dúvidas trará benefícios econômicos e sociais para os municípios.

De acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde, 74% das mortes no país são causadas por doenças não transmissíveis, sendo que 60% são relacionadas a doenças cardiovasculares, respiratórias, cânceres e diabetes, doenças relacionadas ao sedentarismo e sobrepeso. Conforme envelhecemos, a possibilidade de uma vida sedentária cobrar seu preço é alta e precisamos oferecer opções para mudar essa realidade.

Neste sentido, costumo dizer que a pasta do Esporte e Lazer é a que verdadeiramente trabalha a prevenção em um município. Saúde não é apenas combater enfermidades, mas oferecer condições e estímulo para prática de atividades físicas, alimentação saudável e socialização que irão resultar na independência funcional de cada cidadão. 

Para isso é importante estar próximo dos usuários dos serviços, e nesse sentido o público idoso enriquece muito o diálogo. Além de serem as pessoas que possuem maior frequência nas atividades, sempre contam boas histórias, mostram efetivamente as melhoras físicas e sociais que conquistaram após começarem a praticar exercícios, bem como apontam sugestões e investimentos que podem ser feitos nas atividades e programas.

Esse diálogo foi um dos principais fatores que contribuíram para que ampliássemos, durante o ano de 2017, o número de vagas e participações nas atividades para a terceira idade em 29% em Curitiba. Dessas atividades surgiram grupos de dança, Clubes de Mães, iniciativas de arrecadação de doações, festas comunitárias, entre outros. Ou seja, conforme aumentou a socialização entre os integrantes, as atividades extrapolaram os limites das unidades e passaram a contribuir diretamente para as comunidades, fortalecendo a sensação de pertencimento e independência de cada um.

A prática de atividades físicas e recreativas na terceira idade são verdadeiros transformadores de vida, capazes de promover mudanças de hábitos mais saudáveis, com benefícios psicológicos e sociais que permitirão melhores condições para que cada um possa usufruir na sua totalidade essa fase. Porém é importante destacar que a atenção ao idoso vai além de apenas disponibilizar serviços, mas ouvir o que desejam e, em conjunto, construir essas políticas públicas.

Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)

 

Atenção ao idoso

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