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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Conhecer para preservar: Os sambaquis do Litoral do Paraná

Os habitantes dos sambaquis, os sambaquieiros, escolhiam locais estratégicos para viver.

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Espaço importante pela sua biodiversidade, o litoral paranaense também abriga diversos sambaquis, sítios arqueológicos que foram construídos pelas primeiras populações humanas a se estabelecerem na baía de Paranaguá. Sambaqui, palavra de origem Tupi, significa monte de conchas. São sítios arqueológicos distribuídos por toda a costa brasileira e que ocorrem, sobretudo, em ambientes altamente produtivos de baías, lagoas e estuários, onde a mistura de água salgada e água doce dá suporte à vegetação de manguezais e à abundância de recursos naturais.

Os habitantes dos sambaquis, os sambaquieiros, escolhiam locais estratégicos para viver, geralmente, onda havia abundância de recursos naturais, tais como margens de rios e manguezais. Ao longo de vários anos, assentavam o material das conchas sobre um local seco. O espaço construído podia ter várias funções, tais como: habitação, espaço de sepultamentos e de cerimônias. Através das pesquisas arqueológicas sabemos que a pesca era uma das principais atividades para a obtenção dos recursos alimentares.

No século XVI, os sambaquis já despertaram o interesse dos portugueses que colonizaram o litoral do Paraná. Estes forneceram matéria-prima para a fabricação de cal, pavimentação de ruas e para as construções dos casarios. A exploração comercial das conchas foi intensa e provocou a destruição de grande parte dos sítios arqueológicos existentes próximos às vilas e estradas paranaenses. Foi somente após 1950, com a criação de leis de proteção estaduais e federais, com relação aos sítios arqueológicos que a exploração comercial dos sambaquis iria diminuir.

Atualmente, de acordo com o trabalho “Inventário dos sambaquis do Litoral do Paraná” de autoria dos pesquisadores Claudia Inês Parellada e Alberto Gottardi Neto, existem no litoral paranaense 269 sambaquis, sendo 34 no município de Antonina, 78 em Guaraqueçaba, 85 em Guaratuba, 3 em Matinhos, 7 em Morretes e 62 em Paranaguá.

Conhecer e conscientizar a população sobre a importância dos sambaquis é um passo fundamental na luta pela preservação. Na cidade de Paranaguá, o Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR é uma instituição que se destaca pelo seu trabalho com ações de educação patrimonial e projetos de pesquisa e extensão. Para aqueles que desejam conhecer um pouco mais do modo de vida nos sambaquis, o Museu de Arqueologia inaugurou a sua nova exposição “Entre Conchas: modos de vida nos sambaquis” que ficará em exibição até março de 2020.

Priscila Onório Figueira

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