Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

CAMINHO DO ITUPAVA

Como foi narrado no artigo anterior, o Caminho do Itupava foi a principal via de comunicação entre o litoral e o planalto curitibano nos séculos XVII a XIX. Partindo do Largo Bittencourt em Curitiba, passando por Borda do Campo em Quatro Barras, atravessando a Serra do Mar até chegar a Porto de Cima em Morretes...

Como foi narrado no artigo anterior, o Caminho do Itupava foi a principal via de comunicação entre o litoral e o planalto curitibano nos séculos XVII a XIX. Partindo do Largo Bittencourt em Curitiba, passando por Borda do Campo em Quatro Barras, atravessando a Serra do Mar até chegar a Porto de Cima em Morretes. Deste ponto em diante, as cargas eram transportadas até Paranaguá pelo Rio Cubatão (hoje Nhundiaquara).

A antiga tradição popular conta que a descoberta deste traçado é atribuída a caçadores que perseguiam uma anta no alto da serra até a altura de Porto de Cima. Na trilha percorrida por eles foi aberta uma picada, que alargada e retificada foi revestida com pedras grosseiras para facilitar o caminhar das tropas.

Fagnani, Fiori e Wageck (2006) comentam que o caminho recebeu diversos nomes. Primeiro foi chamado de Caminho de Quereitiba, depois foi denominado Caminho do Mar, de Paranaguá, do Cubatão, Caminho Real, Caminho Grande, de Morretes, de Coritiba e, por último, Caminho do Itupava. A designação no início era dada principalmente pelo seu destino, depois, pelos topônimos dos lugares onde funcionavam as barreiras de impostos: Porto de Cima, Morretes, Campina, Barro Vermelho e Itupava.

Em seu desenho tortuoso e calçado de pedras é possível observar as diversas combinações entre fatores geológicos, formas de relevo, tipos de solos e diferenças climáticas.

Atualmente parte deste caminho pode ser percorrido em uma caminhada de cerca de oito a dez horas a partir da Borda do Campo em Quatro Barras até Prainhas em Morretes. Neste percurso de 16 km que foram recuperados do traçado original, cruza três unidades de conservação: a Área Especial de Interesse Turístico do Marumbi e os Parques Estaduais Serra da Baitaca e Pico do Marumbi. O órgão ambiental estadual monitora e dá recomendações para visitantes.

      

 

Carla Cristina Tonetti Zaleski        

Diretora de Geografia – IHGP

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