A ocupação do território paranaense deu-se através do litoral, com os catadores de ouro, escravizadores de índios e outros aventureiros que se aproximavam pelas enseadas, ilhas e baías, adentrando rios que desaguavam nas baías de Laranjeiras, Guaraqueçaba, Paranaguá e Antonina. O rio Cubatão foi um dos primeiros rios a ser explorado.
O Caminho Fluvial do Cubatão fazia conexão com o Caminho do Itupava. As mercadorias que percorriam o Caminho do Itupava, quando chegavam no Porto de Cima em Morretes, eram embarcadas em canoas pequenas e transportadas até a sua foz, e no Porto de Barreiros transferidas para embarcações maiores para seguir viagem até Paranaguá.
Fagnani, Fiori e Wageck (2006) citam o naturalista Saint’Hilaire, que em 1820 descreveu: “É no Porto que se vêem as primeiras habitações; por ali passa também o Rio Cubatão, que eu já tinha visto ao descer a serra, onde ele nasce. Para ir a Paranaguá, embarcava-se antigamente no Porto. Mas como existiam corredeiras entre este lugarejo e o arraial de Morretes, hoje cidade, à época de minha viagem, era neste arraial que se faziam os embarques. O Porto tinha perdido sua primitiva finalidade, mas conservava ainda o nome que lhe dera sua antiga função.”
No início das navegações neste trecho as canoas eram de propriedade privada. Depois, com o aumento das atividades, foram surgindo freteiros particulares, e no século XVIII o governo confiscou o negócio e arrendou sua exploração. A exploração era administrada por pessoas politicamente influentes e que cobravam pedágios no chamado Contrato Real da Passagem das Canoas do Cubatão.
Após séculos de atividades econômicas, as grandes enchentes assorearam o Rio Cubatão até torná-lo inviável à navegação. Hoje conhecido como rio Nhundiaquara, tem seu leito com águas calmas e serve como atrativo turístico com seus bonitos recantos.
Carla Cristina Tonetti Zaleski
Diretora de Geografia – IHGP