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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

CAMINHOS DO LITORAL: ITUPAVA

O ano passado escrevemos nesta Coluna sobre o Caminho do Peabiru

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O ano passado escrevemos nesta Coluna sobre o Caminho do Peabiru, este ano comentamos sobre a Estrada de Ferro e hoje vamos nos dedicar ao Caminho do Itupava.

Francisco Lothar Paulo Lange escreveu o livro “Caminhos na Formação do Brasil” em 2008, que vale a pena ser lido. Neste o autor comenta que todo o caminho é gerado por um vivente para suprir suas necessidades reais ou criadas, como busca de alimentos, riquezas e trocas.

Segundo o autor, a primeira trilha utilizada por aventureiros e bandeirantes ligando o litoral paranaense ao primeiro planalto, denomina-se Itupava, datando do século XVII. O nome Itupava vem de um rio situado ao pé da Serra, afluente do rio Ipiranga. Esse caminho recebeu vários nomes e somente após 1844 foi chamado de Caminho do Itupava.

Schmidlin e Polinari (2006) comentam que no início da história paranaense, as vias de penetração não passavam de toscos caminhos arduamente rasgados nas florestas, quase todos originários de trilhas indígenas, onde transitavam apenas pedestres e tropas de muares. Citam ainda os autores que a partir de 1625 e por quase 250 anos, até a inauguração da Estrada da Graciosa, o Caminho do Itupava, apesar de íngreme, perigoso e mal conservado, foi a principal via de comunicação entre o litoral e o planalto curitibano, perfazendo 55 quilômetros de aventura e ásperos percalços. Em seus estudos relatam que as bruscas mudanças de temperatura, a umidade excessiva, a neblina, as chuvas intensas, completavam a epopeia que o caminhante precisava enfrentar até Porto de Cima e depois, se desejasse chegar a Morretes e Paranaguá, teria que ir de canoa pelo Rio Nhundiaquara.

Imaginem a dificuldade da época. Na década de 90 iniciaram tratativas do Estado para recuperar esse importante patrimônio e em 2006 o Caminho foi entregue à sociedade para que fosse utilizado para fins de recreação e pesquisa, iniciando em Quatro Barras e indo até Porto de Cima. Mesmo assim é necessário ter preparo físico, pois a caminhada continua longa e árdua. No entanto, a paisagem é única.

Guadalupe Vivekananda Fabry

Presidente – IHGP

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