Porto de Paranaguá é o grande indutor de investimento do Estado

O Secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho (Pepe Richa) afirmou que, nos últimos cinco anos, o Porto de Paranaguá passou por uma profunda transformação em termos de pensamento, o qual se volta para o mercado e busca o interesse das grandes empresas em movimentar cargas na região, bem como em termos de investimentos, uma vez que algo em torno de R$ 2,6 bilhões foram aportados em obras de infraestrutura e em aquisição de equipamentos.

Pepe Richa disse ainda que o Estado voltou a fazer do Porto de Antonina um local de desenvolvimento e trabalho, situação que o torna eficiente e produtivo para que a geração de emprego e renda também atinja a cidade histórica.

 

Folha do Litoral News: Como o senhor analisa o desenvolvimento da atividade portuária em Paranaguá e Antonina?

Pepe Richa: Os Portos de Paranaguá e Antonina mudaram. Entre os anos de 2011 e 2016 foram investidos quase R$ 2,6 bilhões no Porto de Paranaguá, sendo R$624 milhões em investimentos públicos e outros R$2 bilhões privados. Os investimentos têm como objetivo melhorar a infraestrutura e tornar o Porto de Paranaguá cada vez mais competitivo. E isso já está acontecendo.

 

Folha do Litoral News: Quais investimentos podem ser citados?

Pepe Richa: Podemos mencionar resumidamente alguns investimentos feitos na nossa gestão. Foram adquiridos novos shiploaders (equipamentos que aumentaram a capacidade de carregamento de grãos no Corredor de Exportação em 33%), dez novos guindastes, novas balanças para pesagem dos caminhões, novos tombadores e demais componentes para descarregar cargas. Também houve a aquisição de scanners para inspeção de cargas e a instalação de novas guaritas informatizadas e novo acesso ao Pátio de Triagem de Caminhões. A implantação do Appa WEB (Porto Sem Papel) e a nova iluminação (em LED) da Avenida Portuária trouxeram maior agilidade e segurança para operações noturnas. Há seis anos não existem mais filas de caminhões com o novo sistema Carga On-line. A Appa concluiu e entregou a primeira reforma do cais de atracação do Porto de Paranaguá dos últimos 30 anos. Além disso, foram promovidas três campanhas de dragagem de manutenção e estamos iniciando uma campanha de dragagem de aprofundamento, com os maiores investimentos do Brasil já realizados pelo Ministério dos Transportes, R$394 milhões. Há 20 anos o Porto de Paranaguá aguardava uma dragagem de aprofundamento, já que a última foi feita em 1997.

 

Folha do Litoral News: E no Porto de Antonina, o que o senhor destacaria como mais importante em termos de investimentos realizados?

Pepe Richa: Em Antonina, houve uma retomada de investimentos públicos e privados nos últimos anos. O prédio administrativo foi reformado e a iluminação do pátio de caminhões foi trocada, dando mais segurança à operação portuária e às comunidades do entorno do terminal Barão de Teffé. Campanhas de dragagem contínuas devolveram a competitividade ao porto, que aumentou sua movimentação em cinco vezes em seis anos, de 300 mil toneladas anuais para 1,5 milhão de toneladas. Além disso, voltou a exportar açúcar e farelo de soja, cargas que não passavam por Antonina há anos. No total, foram R$ 70 milhões em investimentos públicos já realizados, além de mais R$ 3 milhões previstos, com a construção de um novo prédio administrativo que funcionará como um museu da história portuária local. A revitalização do porto chamou a atenção da iniciativa privada, que tem três projetos previstos para o porto, somando um total de R$ 360 milhões em investimentos de ampliação dos berços e da construção de uma indústria metal mecânica.

Folha do Litoral News: As vias de acesso ao porto, especificamente a Avenida Bento Rocha, são seguidamente alvo de pedidos de melhorias por parte de todos. Existe algum projeto para obras nos locais?

Pepe Richa: Existe. Para a revitalização da Avenida Bento Rocha foram previstos R$ 15 milhões. As licitações foram fracassadas, devido à falta de interesse de empresas qualificadas para execução da obra. O projeto inclui a renovação da pavimentação de 2,8 quilômetros da via, a drenagem correta do terreno e a construção de uma ciclovia no trecho. A revitalização da avenida está prevista no trecho que vai desde a ponte do Rio Emboguaçu até a Avenida Portuária. Atualmente, o projeto e seus valores estão sendo revistos pelo DER para que tenhamos sucesso em uma nova licitação.

 

Folha do Litoral News: Como andam as questões referentes aos arrendamentos das áreas do porto organizado após o decreto que tratou dos novos traçados das linhas poligonais?

Pepe Richa: Com o novo traçado da poligonal estão previstos investimentos privados de R$ 5,1 bilhões nos dois portos. Os projetos, que incluem novos terminais e arrendamentos, renovações de contratos e rearrendamentos de áreas, preveem um cenário até 2030. Neste período, a demanda de movimentação de cargas no Paraná deverá saltar das atuais 45 milhões de toneladas para 83 milhões de toneladas. Entre os investimentos estão R$ 1,4 bilhão em novos Terminais de Uso Privado, R$ 1,2 bilhão em arrendamentos do Programa de Investimentos em Logística (PIL), R$ 960 milhões em renovações antecipadas de áreas, R$ 820 milhões em contratos de passagem e R$ 700 milhões em rearrendamentos de áreas públicas ocupadas.

 

Folha do Litoral News: O transporte de cargas via ferrovia é cada vez mais crescente. No entanto, a presença dos trens na linha férrea, principalmente na passagem pela Avenida Roque Vernalha causa transtornos diários à população. Como a Secretaria Estadual de Infraestrutura pode contribuir para que o problema deixe de existir?

Pepe Richa: Trata-se de uma linha privada com concessão autorizada pela ANTT. No entanto, a Appa e a SEIL frequentemente discutem com a operadora da linha a necessidade de melhorias. Não se trata de apenas um ponto ou local, mas do cumprimento de exigências feitas pela ANTT em toda a concessão.

 

Folha do Litoral News: Qual sua mensagem de aniversário ao Porto Dom Pedro II?

Pepe Richa: O Porto hoje é o grande indutor de investimento do Estado. Por muito tempo ele foi tratado com amadorismo. As filas de caminhões eram gigantescas, o Governo Federal ameaçava intervenção. Muitos exportadores passaram a procurar o Estado de Santa Catarina. Com trabalho sério conseguimos reverter essa situação e hoje o Porto voltou a ser uma referência. Somos um modelo para o Brasil e não por acaso, depois de tantos anos, voltamos a receber investimentos do Governo Federal. Toda produção do agronegócio e da indústria paranaense seria prejudicada se não tivéssemos o Porto de Paranaguá cumprindo seu papel de maneira brilhante.