A forma de se comunicar com os públicos envolvidos em uma atividade pode fazer toda a diferença e refletir na imagem institucional de uma empresa. No caso da empresa pública Portos do Paraná, há um grande desafio, o de traduzir a linguagem técnica portuária para os diversos públicos, sejam eles formados pela população local, funcionários ou clientes e investidores. Mas, quando isso ocorre se percebe uma aproximação de uma atividade que já está presente há muito tempo na vida dos parnanguaras.
A assessora especialista da presidência da Portos do Paraná, Núria Bianco, explicou que a principal mudança está na tentativa de aproximar o porto das pessoas. “Tanto dos nossos funcionários, quanto do cidadão comum e dos investidores. Para isso, a estratégia foi segmentar e criar canais de comunicação com linguagens próprias, pensadas em grupos específicos. Todo nosso trabalho passa por entender com quem estamos falando: desde a mudança da marca APPA para Portos do Paraná, no início de 2019, passando pelo novo site, novas linguagens para as redes sociais, até chegar no nosso lançamento mais recente, que é um podcast sobre temas portuários”, contou Núria.
Segundo ela, o porto sempre comunicou muito bem. Mas cada gestão tem um estilo e isso reflete na forma que o setor de comunicação das empresas atua. “Em 2019, quando o Luiz Fernando Garcia assumiu como diretor-presidente, ele tinha muito claro o que esperava para essa atuação. E isso incluía uma comunicação que falasse de maneira eficiente não só com o mercado, mas com a população local”, afirmou.
As mudanças também contribuíram para a construção de uma relação mais humana com os públicos. “A partir daí, pensamos em formas de integrar jornalismo, marketing, redes sociais e novas tecnologias. Se eu vou falar com investidor, eu tenho que chegar até ele pelo canal mais eficaz, com mensagens que façam sentido para atração de novos negócios, por exemplo. Se eu preciso falar com um caminhoneiro, minha estratégia não pode ser a mesma, eu tenho de pensar nas necessidades dele. A necessidade de mudar nossa forma de comunicar vem sempre do pensamento: O que faz sentido para este grupo de pessoas e como eu posso facilitar para que ele receba meu conteúdo”, enfatizou Núria.
Aproximação com o público
Nesse processo, a utilização das redes sociais foi fundamental, por meio delas é possível mostrar uma visão mais descontraída da atividade portuária e, com isso, criar uma relação mais próxima. “As redes sociais nos permitiram mostrar uma parte do porto que quase ninguém vê. Apresentar bastidores, curiosidades, receber perguntas, responder Fake News. O Instagram (@portos_parana) criou um formato próprio que é muito mais informal do que qualquer outro canal que a gente use. O Linkedin (Portos do Paraná) tem um “jeito” mais sério e atinge um público completamente diferente. Então, seguimos na linha de falar conforme o ouvinte. E isso tem funcionado, não com a intenção de simplesmente ter um número de seguidores, mas para ter engajamento com quem precisa”, disse Núria.
Comunicar sobre a rotina portuária e falar de temas muitas vezes distante da vida das pessoas é um desafio, mas que tem sido superado. “Encontrar maneiras de traduzir termos técnicos e de explicar, por exemplo, que o porto, por força de lei, não pode investir fora da área portuária. Por muitos anos criou-se uma cultura de culpar o porto por todos os problemas do município e mudar essa imagem é um processo diário. O porto é responsável por 1 a cada 5 empregos na cidade. A atividade portuária gera mais de 67% do que Paranaguá e Antonina arrecadam com imposto sobre serviços. Então, é preciso que a comunicação tenha a capacidade de falar sobre movimentação de carga, mas sem deixar de falar sobre temas que interessam para a comunidade local”, completou.
Novas ferramentas
Para alcançar seu objetivo, a comunicação da Portos do Paraná aderiu a novas ferramentas. Entre elas, a mudança do site em 2019, criação da intranet para informar funcionários e criação de novos perfis nas redes sociais: Linkedin, Instagram e Facebook.
“Temos também alguns grupos de Whatsapp, segmentados por tipo de público. Chegamos a lançar uma newsletter semanal, no ano passado, e também um programa para o sistema de som do Pátio de Triagem de Caminhões. Estes estamos repensando em novos formatos e regularidade. Por fim, no início deste mês de março, lançamos o Podcast Direto ao Porto, que já está no Youtube e será disponibilizado também pelo Spotify”, afirmou Núria.
Desta forma, o modo de gestão, os meios e as linguagens escolhidas para comunicar já surtiram efeito positivo para a imagem institucional da empresa pública. “Para muitas pessoas, sim. É um trabalho diário. Mas temos tido um retorno extremamente positivo dos diferentes públicos com quem nos comunicamos”, finalizou Núria.