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Entrevista

Superação: Joyce Mendes venceu o câncer de mama e relata experiência

Joyce ressalta que é preciso acreditar que tudo vai dar certo e nunca deixar de sorrir

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Do diagnóstico ao tratamento, ela não perdeu a fé e o otimismo

Joyce Moreira Mendes tem 36 anos, autônoma, natural de Paranaguá. É casada com Mauricio Cabral e mãe de duas filhas (uma com 13 e outra com 17 anos). A princípio uma pessoa normal, o que a diferencia é sua história de vida.

Uma história de luta, coragem e fé que iniciou em 29 de novembro de 2017, quando descobriu que estava com câncer de mama. Ao receber o diagnóstico, Joyce não esmoreceu, teve apoio da família e dos amigos, iniciando  uma luta marcada pela superação a todo momento.

Hoje, sua história serve de inspiração para outras mulheres que fazem o tratamento. Joyce venceu o câncer.  É isso que ela conta nesta entrevista. Confira:

Folha do Litoral News: Como você descobriu o câncer?

Joyce: Eu sempre tive o hábito de fazer o autoexame durante o banho. Lembro bem que em um sábado eu tomei banho e fiz o autoexame, quando senti um nódulo muito pequeno, mas diferente, bem durinho, parecendo uma pedra. Sai do banho muito assustada eu já sabia que havia alguma de coisa errada. Na segunda-feira já fui procurar o médico. Foram pedidos vários exames, uma mamografia e uma eco mamária. Fiz isso tudo no mesmo dia e peguei o resultado da eco no mesmo dia. Por último fiz a biópsia na mesma semana e em 15 dias saiu o resultado. Constou que era um câncer.

Folha do Litoral News: Qual foi sua primeira reação ao receber o diagnóstico?

Joyce: A primeira reação foi horrível. É um momento em que muitas coisas passam pela nossa cabeça, principalmente o medo do desconhecido. O medo da morte era algo que vinha à mente. Sentia muito medo de morrer e deixar minhas filhas. Tenho duas filhas e isso ao mesmo tempo me deu mais coragem para lutar.

Folha do Litoral News: Após isso, como foi sua reação e a de sua família?

Joyce: Passado o primeiro impacto do medo do desconhecido, a minha reação foi de força, muita força e muita fé. Eu sempre tive certeza e fé de que tudo no final ia dar certo. Eu acho que isso faz toda a diferença no tratamento. Temos que acreditar na cura, temos que ter fé. A minha família também sempre foi muito positiva, sempre acreditamos que seria só uma fase e que tudo ia acabar bem. A família da gente nessa situação é essencial para nos dar força, e os amigos também foram importantes, jamais vou esquecer, pois tenho muitos amigos que me ajudaram.

Folha do Litoral News: E como reagiu aos desafios do tratamento?

Joyce: Eu fiz 16 quimioterapias de início e também participei de um estudo clínico de um novo medicamento para esse tipo de câncer. Tive câncer de mama triplo negativo, com negativo para os três hormônios é um câncer mais complicadinho, pois é  agressivo. Esse estudo clínico de que participei foi muito importante para minha cura. Após as quimioterapias passei pela cirurgia. Mas quando eu fui fazer a cirurgia já não tinha mais tumor, ele tinha sumido por completo. No começo, quando eu descobri, ele estava com dois centímetros e quando eu comecei o tratamento ele já estava com 8 centímetros. Era um tumor muito grande e quando eu fiz a cirurgia ele tinha sumido por completo. Foi uma resposta maravilhosa do tratamento. Por isso não precisei fazer a mastectomia (remoção da mama). Fiz só a quadrantectomia (remoção de um quarto da mama). Também fiz o esvaziamento axilar para tirar os linfonodos, pois um deles estava comprometido. Na cirurgia foi feito o exame patológico e, graças a Deus, o meu exame deu negativo, como se eu não tivesse tido câncer. Foi uma resposta maravilhosa do tratamento. Depois da cirurgia eu fiz 35 sessões de radioterapia. Eu ia todos os dias para Curitiba, foram 65 viagens incluindo 30 sessões de fisioterapias, porque quando a gente faz esvaziamento axilar a gente perde o movimento nas mãos e no braço. Por isso temos que fazer fisioterapia para recuperar os movimentos. Não tive muitos problemas durante o tratamento. Eu acredito que as pessoas podem passar pelo tratamento do câncer com leveza.

Hoje ela é exemplo de inspiração para muitas mulheres que passam pela mesma situação

Folha do Litoral News: Qual é a melhor forma de prevenir a doença?

Joyce: A melhor prevenção é você estar sempre com os exames em dia e fazer a mamografia todo ano e fazer o autoexame em casa. Isso é muito importante, assim como ter um estilo de vida saudável. Todos nós precisamos ter um estilo de vida saudável para não adquirir doenças. Quando mais rápido souber o diagnóstico maiores são as chances de cura.

Folha do Litoral News: O que vem a sua mente quando se lembra de tudo o que passou?

Joyce: Quando paro para pensar sempre me emociono. Sinto muita gratidão à vida, a Deus, a minha família e aos amigos. Tudo passou, graças a Deus. Tudo passa, foi só uma fase ruim. Após tudo isso nos sentimos mais fortalecidos para os novos desafios da vida.

Folha do Litoral News: Depois de toda essa experiência, qual conselho você deixa para as pessoas?

Joyce: O conselho é para você viver sua vida intensamente, a gente nunca sabe o dia de amanhã. Nossa vida é tão passageira e quando você está doente você sente falta até das coisas mais simples. Tudo passa a ter mais valor. E para quem está passando pelo tratamento deixo essa mensagem, imagine que tudo é só uma fase, que tudo passa e que você já é mais que uma vencedora ou um vencedor.

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