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Educação

Estudo mostra o quanto os alunos se sentem seguros na escola

O Aprendendo a Viver aplicou questionários a cerca de 22 mil estudantes

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Um projeto inédito desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, mediu o clima escolar em 122 escolas estaduais e municipais de Curitiba, Colombo, Pinhais, Piraquara e São José dos Pinhais.

O Aprendendo a Viver aplicou questionários a cerca de 22 mil estudantes com o objetivo de gerar um relatório estatístico com informações sobre as percepções dos alunos no que se refere à segurança escolar e ao bullying. O resultado do relatório visa a auxiliar cada escola na elaboração de um plano de ação de combate ao bullying e à violência no ambiente escolar.

“A grande diferença do Aprendendo a Conviver é que buscamos avaliar a situação de cada escola e convidamos os professores e pedagogos a refletirem sobre o que foi descoberto para que cada instituição possa propor um plano de ação mais efetivo e contundente”, explica Josafá da Cunha, coordenador do projeto e chefe do Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação da UFPR.

Resultado do relatório visa a auxiliar escolas na elaboração de um plano de ação de combate ao bullying e à violência 

 

“Além de identificar os problemas de cada escola, o projeto prevê uma capacitação de professores, que acabam atuando como multiplicadores dentro da escola para permitir a elaboração de projetos mais eficazes, e muitas vezes simples, de combate à violência”, explica a superintendente da Secretaria de Estado da Educação, Ines Carnieletto.

Além de encontros mensais em cada escola participante com tutores, o projeto conta com uma plataforma digital formada por uma série de videoaulas disponíveis para que os professores complementem a formação. “A participação dos professores é voluntária e a ferramenta permite que cada um consuma o conteúdo a seu tempo”, explica Cunha.

NÚMEROS

Os questionários aplicados mostraram de que forma os alunos vivenciam o bullying e como a segurança no ambiente escolar é percebida. Na rede estadual, 14,4 mil alunos foram ouvidos e, destes, 24,9% disseram que já usaram a Internet para espalhar fofocas ou mentiras; 22% relataram ser xingados na escola; 25,5% denunciaram que os colegas falam coisas sobre eles para fazer com que outros alunos riam; 9,9% disseram já ter sido agredidos ou chutados e 8,3% contaram já ter feito ou sofrido ameaças.

Quando perguntados sobre o que é feito no ambiente escolar para coibir o bullying, 68% dos estudantes afirmaram que os professores tentam parar o bullying; 25% disseram que os demais estudantes tentam fazer com que o assédio acabe e 51% afirmaram que podem contar com a ajuda de alguém de dentro da escola para acabar com o problema.

No que se refere à percepção de segurança, os entrevistados foram questionados o quão seguros se sentem em diferentes espaços. Na sala de aula, os alunos disseram que se sentem 76,6% seguros; no recreio, 56% seguros; nos corredores da escola 66% seguros e no banheiro, 54% seguros. Os locais que despertam mais sensação de insegurança são o trajeto de ida e volta para a escola, onde 37,9% se sentem seguros, e na entrada e na saída da aula, quando 43,2% se sentem.

DIÁLOGO

O Colégio Estadual Shirley Catarina Machado, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, é uma das escolas participantes do projeto. Após receber o resultado do estudo estatístico feito com seus alunos, a equipe pedagógica desenvolveu uma nova metodologia para solução de conflitos, incentivando a participação dos pais e responsáveis no cotidiano escolar, além de palestras sobre respeito ao próximo e combate ao bullying.

Para melhorar a segurança no entorno da escola, a equipe diretiva do colégio firmou algumas parcerias com o município que mudaram a visão da comunidade sobre a escola. Segundo o diretor João Batista Silva, a comunidade começou a observar a escola de outra maneira. “Antes tínhamos pais que optavam por matricular os filhos em outras escolas porque não tinham a sensação de segurança aqui, mas com essas parcerias conseguimos mudar esse paradigma”, disse.

As medidas tomadas foram simples, mas efetivas. Foram trocadas todas as lâmpadas em frente ao colégio por luminárias de 400 watts, que são mais potentes, além de firmada parceria estabelecida com a Guarda Municipal. Também foi solicitada a construção de uma lombada elevada em frente à escola para facilitar o acesso dos estudantes e funcionários. “A segurança reflete na qualidade do ensino porque todos vão ter tranquilidade para trabalhar e estudar”, destacou o diretor.

O colégio que tem cerca de 900 alunos matriculados nos ensinos Fundamental e Médio também fez uma parceria com o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do município para promover palestras periódicas sobre assuntos relacionados aos adolescentes.

AEN
 

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