Colégio Diocesano Leão XIII une história e literatura em projeto inédito

Os livros são capazes de ampliar a visão de mundo de quem tem o hábito da leitura. No entanto, nem todo mundo sabe disso e vê as obras, muitas vezes, mais como uma tarefa a ser cumprida do que uma atividade prazerosa. Pensando nisso, e também no diálogo entre as disciplinas, o Colégio Diocesano Leão XIII iniciou, neste ano, um projeto inédito, o LITERHISTÓRIA. Os professores de literatura e história escolhem uma obra clássica e a trabalham em diversos aspectos para trazer uma experiência mais enriquecedora e atrativa aos alunos.

A coordenadora pedagógica do Ensino Médio, Varseli Correa Farias, explicou que a atividade foi voltada, a princípio, para alunos do 2.º e 3.º ano. Porém, foi preciso ampliar também para o 1.º ano, devido ao interesse exposto pelos estudantes. Realizada quinzenalmente, a participação não vale nota, mas ainda assim os professores têm registrado ampla participação.

“Além de ser um projeto interdisciplinar, uma aula com dois professores e eles compartilharem as informações e enriquecer de forma mais ampla, há esse fomento à leitura. Muitas vezes, se lê muito por obrigação e quando há um trabalho como esse, começa a surgir o interesse. É conhecimento para a vida”, destacou Varseli.

O professor de História do Colégio, Adriano Valenga Arruda, também conhecido como Caju, explicou que o projeto surgiu da necessidade dos alunos perceberem a analogia existente entre o conhecimento das duas disciplinas. “A literatura tem uma linguagem muito histórica e para somar a matéria de história eu preciso de um romance literário. Isso faz com que o aluno tenha o conhecimento sobre o processo histórico para entender aquela literatura e uma técnica literária”, disse Arruda.

“O PEQUENO PRÍNCIPE”

A última edição do projeto abordou o livro “O Pequeno Príncipe”, do escritor, ilustrador e aviador francês, Antoine de Saint-Exupéry. “Trouxemos essa obra que é mais próxima do contexto e que apresenta uma visão tão necessária para os dias atuais. Através de uma obra literário, o autor traz essa preocupação que o homem deixou de ser homem, com indagações sobre o lado humano. Tenho um carinho especial por esse livro porque ele pode ser infantil, como muita gente pensa, mas é de temática e de pensamentos extremamente profundos”, analisou o professor de Literatura do Colégio, Rafael Golob.

Segundo Golob, como o Brasil é um País que lê muito pouco, a ideia inicial era mostrar a diferença de uma obra clássica e de uma de entretenimento atual.

“Para entender o pensamento dos personagens, é importante essa noção histórica. Uma obra é clássica porque é atemporal, uma de anos atrás tem temas que continuam atuais”, frisou o professor de literatura.

INTERESSE PELA LEITURA

Apesar de ainda no início, o LITERHISTÓRIA já tem surtido efeito. “O que estou achando muito legal é que os alunos vêm comentar sobre a vontade de ler o livro que trabalhamos no projeto. Infelizmente, como muitos brasileiros não têm o hábito, acabam lendo por necessidade e não entendem que é muito mais que isso”, relatou o professor Arruda. Os dois professores possuem especialização em filosofia, o que tem contribuído para o diálogo entre as disciplinas.