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Segurança

Operação Albatroz é deflagrada em Paranaguá com objetivo de combater o tráfico de drogas

Operação também busca investigar e desarticular organizações criminosas

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Na tarde de quinta-feira, 10, aconteceu, em Paranaguá, o lançamento oficial da Operação Albatroz, do programa Guardiões das Fronteiras, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O objetivo é combater a entrada e, principalmente, a saída irregular de produtos lícitos e ilícitos do País por meio da costa marítima brasileira.

O Coronel Saulo de Tarso Sanson Silva, coordenador geral de fronteiras do Ministério da Justiça e Segurança Pública, destacou que a operação está sendo planejada desde 2021. “Estamos planejando essa operação desde o ano passado, tivemos umas questões que tivemos que superar, a nível de documentações, de processos, e o primeiro estado foi o Rio Grande do Norte e agora o estado do Paraná sendo contemplado com esse apoio do Governo Federal. É um momento importante, pois o que já fazemos na costa oeste, vamos estar espelhando as boas práticas, os princípios e doutrinas que foram desenvolvidos ao longo dos anos, aqui no litoral paranaense. O Porto de Paranaguá é o ponto principal, nós temos várias áreas de interesse para ter esse olhar, essa atenção, das nossas instituições de segurança pública”, destacou.

Semelhante à Operação Hórus – que acontece de forma permanente desde 2019, com a presença de policiais ao longo dos 16,8 mil km de fronteira terrestre do lado brasileiro -, a Operação Albatroz também tem o intuito na atuação integrada de instituições federais e forças policiais para o enfrentamento às organizações criminosas.

O delegado Gerson Zanetti Faucz, da Receita Federal, comentou acerca da atuação do órgão federal nas apreensões de drogas em Paranaguá. “A Receita Federal tem atuado bastante no tráfico internacional de drogas. A Receita Federal tem suas atribuições na zona primária, nos recintos alfandegados. Essa operação é importante porque ela faz uma integração entre as forças e cada uma tem a sua atribuição. Então, é muito importante para a sociedade brasileira que todas essas instituições de forças de segurança estejam unidas”, disse.

Com a consolidação do Guardiões das Fronteiras via terrestre, o MJSP está partindo para a próxima etapa do programa para a diminuição da incidência de crimes transnacionais e conexos. Com estas duas frentes de atuação na costa oeste e na costa leste do Brasil, conseguirá ter uma consciência situacional plena da movimentação dos criminosos.

O Gerente da Unidade Administrativa de Segurança Portuária (UASP), Major Cesar Kamakawa, descreveu sobre o trabalho que será desenvolvido pela unidade ao longo da operação. “O trabalho da Unidade Administrativa de Segurança Portuária está sendo reconhecida perante o próprio Ministério da Justiça com o lançamento dessa operação no Porto de Paranaguá, o principal beneficiário logicamente são os Portos de Paranaguá e Antonina, mas que é o resultado de trabalhos já desenvolvidos desde 2019 com a própria Receita Federal, a Polícia Federal, Polícia Militar, Guarda Municipal, enfim, todas as instituições de segurança pública e aqueles que também participam direta ou indiretamente nesse contexto. A Unidade de Segurança trabalha colaborativamente com a identificação e repasse de informações de eventuais pessoas ligadas ao crime de tráfico internacional, essas pessoas são monitoradas na sua movimentação dentro da área de responsabilidade da Portos do Paraná e com essas informações as policiais vão desenvolvendo as suas atividades, as suas ações que se traduzem em grandes ou pequenas operações para apreensão de drogas ou a própria prisão desses envolvidos”, disse.

Atuação integrada

A Operação Albatroz também busca investigar e desarticular organizações criminosas que atuam nos portos, terminais e vias navegáveis, bem como em suas rotas de acesso, áreas de interesse ou influenciadas pelos portos de Paranaguá e Antonina. Assim como a Operação Hórus, o objetivo é expandir a atuação para outros estados usados como “corredor” do crime. O trabalho já começou no Rio Grande do Norte.

O delegado do Centro de Operações Policiais Especiais da Polícia Civil (Cope), Rodrigo Brown, afirmou que a operação irá abranger todo o litoral do Paraná com a atuação integrada das forças de segurança. “A ideia do Ministério da Justiça é trazer essa experiência aqui para a região do litoral, não só Paranaguá, mas todo o litoral, que apesar do foco ser o Porto de Paranaguá, a gente sabe que o crime organizado acaba usando pequenos municípios, comunidades ribeirinhas, a parte da baía de Guaratuba e outros balneários como entreposto para o tráfico internacional de drogas. Então, essa iniciativa visa trazer a integração entre as forças para que cada um contribua com a sua especialidade”, contou.

Sob a coordenação da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do MJSP, a Albatroz conta com a atuação integrada da Polícia Federal, da Secretaria Especial da Receita Federal, das polícias Militar (PM) e Civil (PC) do Paraná, da Guarda Portuária, da Marinha do Brasil, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Ministério da Infraestrutura (Minfra) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Cada instituição atua dentro de sua área de competência para fomentar e alimentar as investigações.

O comandante do 9.º Batalhão de Polícia Militar (9.º BPM), tenente-coronel Durval Tavares Junior, explicou sobre o reforço no policiamento na costa leste para o combate à entrada e, principalmente, a saída irregular de produtos lícitos e ilícitos por meio da costa marítima brasileira. “Lançamos a Operação Albatroz que vai demonstrar a união de todos os órgãos de segurança, de fiscalização, no combate ao crime organizado. Nós continuamos com as mesmas quantidades de policiais com Rádio Patrulha, ROTAM, Patrulha Costeira. As operações pelo 9.º BPM vão continuar da mesma forma, o que diferencia agora é que as equipes, em especial da Patrulha Costeira e ROTAM, vão trabalhar todos os dias em conjunto com a Polícia Ambiental, Polícia Federal, Receita Federal, do COPE, da Polícia Civil, Marinha do Brasil, então são vários órgãos envolvidos que trabalharão especificamente na Operação Albatroz, que é o combate ao crime organizado, em especial ao tráfico de drogas, e também os crimes que dele são oriundos dos homicídios, dos roubos, então teremos equipes na água, por terra, equipes aéreas, então é um grande aporte da segurança no litoral paranaense”, pontuou.

O delegado da Polícia Civil em Paranaguá, Nilson Diniz, destacou a importância do trabalho integrado das forças de segurança no combate à criminalidade. “Eu sempre digo que essa integração dos órgãos de segurança pública é de suma importância, as informações chegam e são apuradas a todo momento pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e Polícia Federal, então a integração desses órgãos vai propiciar o fluxo de transferência dessas informações, possibilitando dessa forma a repressão ao tráfico de drogas com maior qualidade. Nós sabemos que boa parte desses traficantes que hoje escoam drogas para o exterior também estão deixando parte dessa substância entorpecente no nosso município e no litoral, então a partir do momento que há essa integração nós vamos conseguir dar mais celeridade a identificação dessas pessoas e, consequentemente, as devidas responsabilizações”, relatou.

Hórus

Desde o início da Operação Hórus, em maio de 2019, até outubro deste ano, foram apreendidas 1,8 mil toneladas de drogas, com prejuízo estimado em R$ 7,4 bilhões ao crime organizado nas fronteiras brasileiras, incluindo a apreensão de produtos de contrabando e descaminho.

Combate ao crime

Além da Hórus e Albatroz, que são permanentes, o programa Guardiões das Fronteiras também realiza outras operações de combate ao crime organizado, de forma sazonal. É o caso da Operação Cratos ocorrida em julho na fronteira com o Paraguai e que retirou de circulação mais de 33 toneladas de maconha. O trabalho também resultou na prisão de 633 pessoas e prejuízo estimado em mais de R$ 107 milhões aos criminosos.

O programa também serve de apoio em outras ações integradas do Ministério da Justiça como na Operação Controle Brasil, deflagrada para impedir a entrada irregular de cigarros, bebidas e insumos agrícolas nas fronteiras do País.

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