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Religiosidade

Santuário do Rocio completa 103 anos de história em Paranaguá

Uma história de fé com raízes profundas em Paranaguá

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Foto: Divulgação / Santuário do Rocio

Há mais de 70 anos, toda a estrutura pertencente à igreja é administrada pela Congregação do Santíssimo Redentor – Missionários Redentoristas

O Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio, que abriga a imagem oficial da Padroeira do Estado do Paraná, completa 103 anos de história, na terça-feira, 30. A atual edificação foi inaugurada em 30 de maio de 1920, com o estilo arquitetônico Neobarroco, desenvolvido pelo arquiteto e pintor Alfredo Andersen, considerado o “pai da pintura paranaense”. 

O historiador Alessandro Staniscia, do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, explicou que desde o achado milagroso da imagem de Nossa Senhora do Rocio, em 1648, na baía de Paranaguá, foram erigidas capelas e pequenas igrejas em devoção à Mãe do Divino Orvalho, no bairro Rocio. Com o passar dos anos e crescimento da devoção, foi necessário realizar intervenções e reformas que foram ampliando o espaço até chegar no estágio que estamos hoje. “Das intervenções mais significativas foi a de meados do século passado, em 1920, quando foi instalada a torre da igreja. E tem um detalhe que é pouco conhecido, mas a história nos retrata, que o pai da pintura paranaense, Alfredo Andersen, fez o projeto arquitetônico dessa última grande reforma que celebra 103 anos. Esse é o único projeto do arquiteto que se tem notícias, conferindo importância na dimensão histórica e artística do Brasil e do mundo”, disse Staniscia.

PRESBITÉRIO

Recentemente, a estrutura da igreja passou por novas reformas e se modernizou. Uma das principais intervenções foi realizada em 2020, quando o presbitério – altar – recebeu uma nova pintura, com desenhos sacros e litúrgicos, que evidenciam Jesus Cristo como centro da fé católica e Nossa Senhora como intercessora em seu coração.

Foto: Arquivo / Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

Outro aspecto importante do Santuário do Rocio é a localização geográfica voltada para frente da baía de Paranaguá. Segundo Staniscia, diversos fatores apontam para essa construção. “Nossa Senhora do Rocio, ao longo da sua devoção, é uma protetora não só dos parnanguaras, não só dos paranaenses, não só dos brasileiros, mas é uma protetora de todos aqueles estrangeiros que aportavam em Paranaguá. Veja que o santuário está de frente para o trapiche, do antigo atracadouro. Era muito comum ter estrangeiros em horário de missas aqui ou fazendo orações, eles que se sentiam acolhidos e protegidos pela Mãe do Rocio”.

HISTÓRIA

A história retrata ainda que a igreja está voltada para o local onde a imagem de Nossa Senhora do Rocio foi encontrada pelo pescador Pai Berê, no século XVI. “Essa questão da localizaçãose comunica em várias dimensões, primeiro, sem dúvidas, na dimensão da fé, depois na dimensão territorial. Tem todo sentido essa localização de frente para a baía, por isso que Ela é reconhecida não só por brasileiros, mas, também, por estrangeiros que se sentiam protegidos por Ela”, concluiu o historiador.

Foto: Arquivo / Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Além de fazer parte da história e da cultura do Paraná, o Santuário do Rocio está diretamente ligado ao sentimento de devoção de milhares de pessoas, especialmente dos romeiros que escolhem vir à igreja em novembro durante a festa e procissão solene dedicada à Nossa Senhora do Rocio. “Essa devoção se confunde com o sentimento da cidade, não só de fé, mas de viver a cidade”, destacou o historiador.

A imagem de Nossa Senhora do Rocio permanece em seu local de encontro, no bairro Rocio, após diversas tentativas falhas de moradores da área central de Paranaguá de levá-la para a Catedral Diocesana.

RÓSSIO

“Nossa Senhora do Rocio passou a ser muito venerada e ficava numa cabana para barcos, no Róssio (grafia utilizada na época). Os moradores do centro, se deslocaram até o Róssio, pegaram a imagem da Santa e realizaram uma procissão de ida e vinda. Colocaram a imagem da Santa na atual catedral e, milagrosamente, no amanhecer Ela havia sumido. Desta forma, os devotos voltaram ao Róssio, pegaram a imagem, voltaram em procissão, colocaram a imagem de Nossa Senhora no altar e decidiram ficar acordados. Em um determinado momento, os fiéis ouviram um grande estrondo e uma claridade enorme, neste momento eles foram até o altar e a imagem não estava mais lá. Voltaram ao Róssio e encontraram a Santa na casinha de barcos, chegando a conclusão de que era uma vontade de Nossa Senhora do Rocio permanecer no local que foi encontrada. Sendo, para lembrar tal milagre, todos os anos se faz a procissão trazendo e levando a Padroeira do Paraná”, explicou o professor e historiador Wistuba.

Há mais de 70 anos, toda a estrutura pertencente à igreja é administrada pela Congregação do Santíssimo Redentor – Missionários Redentoristas – e faz parte do Regional Sul II da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

COMPLEXO

Nos dias atuais, o complexo do Santuário do Rocio é composto por instalações ao redor da igreja, sendo as principais: a gruta de Nossa Senhora do Rocio, salão social, Praça da Fé, prédio administrativo, loja oficial e o Complexo Turístico Mega Rocio. 

Para os próximos meses, está prevista a entrega da revitalização da Praça Thomas Sheeran. O espaço recebeu obras de pavimentação, paisagismo, iluminação, mobiliário urbano e comunicação visual.

No dia 30 de maio de 1920, inaugurava-se a atual construção do Santuário Estadual, onde hoje está a imagem de Nossa Senhora do Rocio, que foi encontrada em 1648 na baía de Paranaguá. No início era uma pequena igrejinha, em seguida construíram uma maior, e hoje é esse grande santuário.

Com informações da Comunicação Social do Santuário do Rocio

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